O ordenamento jurídico brasileiro é formado por três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Esse último possui o dever de julgar, resolver conflitos de seus litigantes e punir com sansões quando necessário. O Poder Judiciário é dividido em esferas distintas para que cada litígio seja direcionado ao juízo competente e assim ser mais acertado a sua solução.
Inicia-se a divisão com a Justiça Comum e a Justiça Especializada.
Conteúdo deste artigo
Subdivisões da Justiça Comum
- Justiça Estadual: formada por juízes de Direito, que atuam em varas, sendo a primeira instância, ou seja, a origem do protocolo do processo, a primeira vez no qual o litígio será julgado.
- Tribunal de Justiça: Presididos por Desembargadores. É a segunda instância da Justiça Estadual. Julga os recursos cabíveis a ele. Cada estado possui seu Tribunal, com sede em suas respectivas capitais.
- Justiça Federal: os juízes federais operam nas Seções Judiciárias ou Subseções conforme a demanda que lhe compete.
- Tribunais Regionais Federais (TRFs): É a segunda instância da Justiça Federal. Julga as causas por meio de recursos. É formada por cinco Tribunais, em sede nas cidades de: Brasília/DF, São Paulo/SP, Porto Alegre/RS, Rio de Janeiro/RJ e Recife/PE. No qual cada um é responsável por sua região, englobando mais de um estado. Em 2021 foi aprovada no congresso a criação TRF-6, que ficará responsável pelos processos no Estado de MG.
Dentro da Justiça Comum existe também os Juizados Especiais. Podendo ser cíveis ou criminais e atuam tanto no âmbito estadual quanto no federal. Incumbem julgar processos que não sejam complexos e de menor potencial lesivo, conforme art. 3º e art. 60 da Lei nº 9.099/95 e art. 1º da Lei 10.259/01.
- Turmas Recursais: É o órgão julgador dos recursos inominados advindos dos Juizados Especiais que lhe compete.
A Justiça Especializada é composta por
- Justiça do Trabalho: composta por Juízes do Trabalho que atuam em varas e julgam assuntos relacionados a relações trabalhistas, conforme art. 114 da Constituição Federal.
- A segunda instância responsável pelos seus recursos é Tribunal Regional Eleitoral, no qual cada estado possui o seu correspondente.
- Justiça Eleitoral: os juízes eleitorais são responsáveis por julgarem toda a matéria decorrente do processo eleitoral. Encarregado de seus recursos é o Tribunal Regional Eleitoral.
- Justiça Militar: Competente para julgar litígios oriundos de policiais militares. Possui como órgão julgador de segundo grau o Tribunal de Justiça Militar.
Ainda, após a segunda instância, se o caso não for solucionado, existem os Tribunais Superiores:
Tribunais Superiores
Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tribunal Militar (STM) são graus de jurisdição encarregados de fazer a revisão processual, uniformizar a jurisprudência e harmonizar as discordâncias das decisões divergentes.
O Superior Tribunal de Justiça é o último grau em se tratando de matérias que não são constitucionais e sim de leis federais, que devem ser observadas a correta aplicação. E os seus trinta e três Ministros devem uniformizar a legislação federal, para que sejam empregadas de modo não divergente. O recurso cabível para tal instância é o Recurso Especial.
Conforme a hierarquia do Poder Judiciário, ainda compõe o Supremo Tribunal Federal:
Também chamado de órgão máximo. É a última instância após os Tribunais Superiores. Compete julgar os recursos extraordinários, que tratam de questões que são consideradas constitucionais, ou seja, matérias que estejam inseridas na Constituição Federal. Comumente é reconhecido por ser o Guardião da Constituição, conforme previsto no art. 102 da própria Carta Magna.
E por último, mas não menos importante, o Poder Judiciário também é composto pelo Conselho Nacional de Justiça. Conforme a Constituição Federal, §4º do art. 103-B, incumbe controlar e fiscalizar todo o Poder Judiciário e atuação dos juízes em suas funções, como órgão administrativo, sendo que não possui competência jurisdicional.
Conclui-se que o Poder Judiciário possui primeira e segunda instância, e ainda os Tribunais Superiores, o Supremo Federal a fim de solucionar os conflitos dos litigantes de forma que o regramento jurídico brasileiro deve ser respeitado e seguir os preceitos da Lei Maior, agindo cada órgão julgador com sua função e jurisdição.
Referências:
A ESTRUTURA do Judiciário brasileiro. Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. 2021. Disponível em: <https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=265255>. Acesso em 28 jun. 2021.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 22 jun. 2021.
BRASIL, Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm>. Acesso em 28 jun. 2021.
BRASIL, Lei nº 10.259, de 12 de julho de 2001. Dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10259.htm>. Acesso em 28 jun. 2021.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). Cartilha do Poder Judiciário. Brasília, Secretaria de Documentação, 2018. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/CartilhaPoderjudiciario_24092018.pdf>. Acesso em 28 jun. 2021.
CONHEÇA a Justiça Eleitoral. Justiça Eleitoral. Disponível em: <https://www.justicaeleitoral.jus.br/a-justica-eleitoral.html>. Acesso em 28 jun. 2021.
GOULD, Larissa. Como funciona o poder judiciário? Brasil de Fato, São Paulo, 2020. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2020/08/23/video-i-como-funciona-o-poder-judiciario>. Acesso em 28 jun. 2021.
INSTÂNCIAS Judiciais: saiba como são organizadas. Bomtrato, São Paulo. Disponível em: <https://bomtrato.com/blog/instancias-judiciais-saiba-como-sao-organizadas/>. Acesso em 28 jun. 2021.
PÁGINAS dos Tribunais. Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/tribunais/>. Acesso em 28 jun. 2021.
PETRUCELLI, Mylena. Entenda direito: estrutura da Justiça Estadual. Poder Judiciário de Mato Grosso, 2017. Disponível em: <http://www.tjmt.jus.br/noticias/49961#.YMO5y6hKjIU>. Acesso em 28 jun. 2021.
QUEM Somos. Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/sobre-o-cnj/quem-somos/>. Acesso em 28 jun. 2021.
TRIBUNAIS superiores. Superior Tribunal de Justiça. Disponível em: <https://international.stj.jus.br/pt/Poder-Judiciario-Brasileiro/Tribunais-superiores>. Acesso em 28 jun. 2021.