Na ovinocultura um grande e grave problema é o controle parasitário, quer seja no processo de manejo do rebanho quer no processo de abate. Muitos helmintos causam prejuízos decorrentes da condenação das carcaças ovinas e dentre eles está o metacestoda Cysticercus ovis. A Cisticercose ovina apresenta distribuição mundial e possuem como principais hospedeiros definitivos os canídeos e como principal hospedeiro intermediário os ovinos, favorecidos pela grande proximidade dos cães a estes animais, é encontrada em ovinos adultos em abatedouros de vários países do mundo, além do Brasil, como exemplo: na Etiópia, no Uruguai, na Índia, no Irã, na Turquia, na Jordânia, na Itália, na França e na Tunísia. Esta forma parasitária é diagnosticada apenas nos abatedouros porque é tolerada pelos animais, não apresentando sinais clínicos relacionáveis a esta parasitose.
A cisticercose ovina não é uma zoonose, mas é importante por causa de objeções estéticas à aparência dos cistos na carne ovina e, como consequências, pode ser causa significativa de prejuízo econômico por condenação na inspeção da carne.
A cisticercose ovina tem seu local de predileção: intestino delgado (hospedeiro definitivo); músculo (hospedeiro intermediário). Seus Hospedeiros definitivos são os cães, a raposa e os carnívoros silvestres e seus hospedeiros intermediários são os ovinos. Os cisticercos maduros são ovoides, brancos e com cerca de 3,5-10mm, contendo um único protoescólex, que é invaginado e armado com ganchos e rostelo. Em seu ciclo de vida os cães e canídeos silvestres são infectados consumindo o cisticerco no hospedeiro intermediário. O hospedeiro intermediário infecta-se por ingestão de ovos da tênia que eclodem no intestino. O estagio de metacestoda (Cysticercus ovis) infecta a musculatura, e cistos geralmente estão localizados na musculatura esquelética, no coração, no diafragma e no tecido conjuntivo intermuscular.
As tênias adultas normalmente só induzem sintomas moderados no hospedeiro e são consideradas como de pouca importância patogênica. Nos hospedeiros intermediários infectados geralmente não exibem sinais clínicos de doença. Ovinos podem desenvolver forte imunidade adquirida a reinfecção.
Nenhum tratamento que seja pratico está disponível para o hospedeiro intermediário. Para controle deste metacestoda é necessário o tratamento regular de cães com um anti-helmíntico eficaz reduzirá a contaminação do ambiente. Deve-se impedir o acesso de cães a carne crua e a carcaças de ovinos. Em alguns países, encontra-se disponível uma vacina recombinante altamente protetora.
Fonte:
CABRERA, P.A.; HARAN,G.; BENAVIDEZ, U.; VALLEDOR, S.; PERERA,G.; LLOYD, S.; GEMMELL, M.A.; BARAIBAR, M.; MORANA, A; MAISSONAVE, J.; CARBALLO, M. Transmission dynamics of Echinococcus granulosus, Taenia hydatigena and Taenia ovis in sheep in Uruguay. International Journal for Parasitology, v.25, n.7, p. 807-813, 1995.