Atopia é uma predisposição genética para o desenvolvimento de alergias aos fatores ambientais, afetando tanto o homem quanto os animais. No cão, normalmente se manifesta como uma doença de pele inflamatória, pruriginosa, crônica, sendo chamada de "dermatite atópica". A principal manifestação da dermatite atópica é a coceira na pele, o que faz com que o animal arranhe, esfregue, lamba ou mastigue as áreas afetadas constantemente. A coceira é provocada pela inflamação da pele, que aparece como uma erupção vermelha. Pode ser localizada ou generalizada. Algumas áreas são mais comumente afetadas: face, lábios, olhos (conjuntivite), ouvidos (otite); extremidades: espaços interdigitais, tarso, carpo; dobras de pele: axilas, região inguinal/virilha, períneo e região da barriga.
Quando a dermatite começa, coceira pode ser tão insuportável que o cão vai se coçar dia e noite, se tornando rapidamente um problema para os proprietários. Sem tratamento, a doença pode se tornar um estado inflamatório crônico. Por causa da coceira e dos ferimentos secundários a ela, a dermatite atópica pode afetar de forma bastante grave a saúde do cão. A pele pode ficar avermelhada ou quebradiça nas áreas afetadas, como resultado da lambedura repetida. A pele também pode se tornar ulcerada, espessa e escura, com uma aparência grosseira.
A alergia é uma sensibilidade extrema a um elemento estranho chamado de: alérgeno, contra a qual o corpo libera suas defesas imunológicas excessivamente. Os principais alérgenos para cães atópicos são a poeira e o pólen, apesar de parasitas e de alimentos também poderem desempenhar algum papel.
O cão atópico foi fortemente sensibilizado em algum momento de sua vida para um ou vários alérgenos presentes no seu ambiente e, possivelmente, também sua alimentação. Seu corpo aprendeu a reconhecer e recordar esses alérgenos. Durante cada novo contato, ele reage violentamente, provocando uma reação alérgica cutânea. A reação alérgica geralmente aparece dentro de alguns minutos, embora possa também ser vista em até 24-48 horas após o contato.
Não há dúvidas de que fatores genéticos estão envolvidos, e sensibilidades podem ser transmitidas de um animal para sua prole. Por isso, é possível criar linhagens de cães atópicos, sensibilizando-os desde uma idade muito jovem com pequenas quantidades de alérgenos. Hoje há um número de raças reconhecidas como tendo tendência para este problema.
Principais raças de risco:
- American Staffordshire Terrier
- Boston Terrier
- Boxer
- Bull Terrier
- Cairn Terrier
- Cavalier King Charles
- Dálmata
- Bulldog inglês
- Bulldog francês
- Fox Terrier
- Pastor Alemão
- Golden Retriever
- Jack Russell Terrier
- Labrador Retriever
- Lhasa Apso
- Pug
- Schnauzer
- Scottish Terrier
- Setters
- Shar Pei
- Shih Tzu
- West Highland White Terrier
Fonte:
Mason, D.; Pascal, P.; Isabele, R.; Fabia, S. Royal Canin’s guide to allergic skin diseases" and "Canine atopic dermatitis, a challenge for the practitioner”.
http://conteudo.royalcanin.com.br/upload/Focus_Aux_Dermatite_1.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas-animais/dermatite-atopica-canina/