Síndrome de Horner em Cães

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças animais, Medicina Veterinária
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A síndrome de Horner resume-se a um conjunto de sinais clínicos que leva à interrupção ou perda da inervação simpática para o globo ocular e seus anexos.

Antes de falar sobre o quadro característico deste transtorno é necessário fazer uma introdução sobre a anatomia e fisiologia da inervação simpática ocular. Esta pode ser dividida em: neurônio motor superior (primeira ordem), neurônio motor inferior pré-ganglionar (segunda ordem) e neurônio motor inferior pós-ganglionar (terceira ordem). Os neurônios motores superiores se originam no hipotálamo e no tronco encefálico rostral, seguindo em direção à medula espinhal cervical para fazer sinapse com o corpo celular do neurônio motor inferior pré-ganglionar, situado na substância cinzenta dos primeiros três segmentos medulares torácicos.

Os neurônios motores inferiores pré-ganglionares surgem da medula espinhal pelas raízes nervosas ventrais das três primeiras vértebras torácicas, juntando-se ao tronco simpático torácico transpondo os gânglios cervicotorácico e cervical médio sem realizar sinapse. Os axônios dos neurônios motores inferiores pré-ganglionares ascendem intimamente relacionados ao nervo vago na bainha da artéria carótida, originando o tronco vagossimpático e fazem sinapse no gânglio cervical cranial, localizado em região ventromedial à bula timpânica. Os axônios simpáticos pós-ganglionares ultrapassam a orelha média circunvizinha ao nervo facial e se unem ao ramo oftálmico do nervo trigêmio inervando o músculo dilatador da íris e a musculatura lisa periorbital.

Clinicamente, esta desordem caracteriza-se, em cães e gatos, por:

Esta síndrome decorre da ocorrência de injúrias em qualquer região da inervação simpática ocular, como:

A síndrome de Horner idiopática tem sido relatada em cães das raças Golden Retriever e Collie. Embora não haja evidências, é provável que nessas raças haja fatores genéticos envolvidos no surgimento dessa síndrome nesses animais.

O diagnóstico é feito por meio do exame físico associado com exames de imagem, como radiografias torácicas, cervicais e de coluna, além de ressonância magnética e tomografia computadorizada.

Reverter o quadro irá depender da causa e da severidade da injúria neurológica. Os quadros idiopáticos costumam apresentar melhora espontânea dentro de seis meses.

Fontes:
http://www.fmvz.unesp.br/rvz/index.php/rvz/article/view/103/124

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