Daltonismo

Por Michelle Alves da Silva

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

Categorias: Doenças genéticas
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A discromatopsia congênita ou daltonismo é uma anomalia visual caracterizada pela incapacidade de distinguir todas ou algumas cores. De origem genética, é determinada por um gene recessivo ligado ao cromossomo X, o que determina a incidência em indivíduos do sexo masculino e raro em indivíduos de sexo feminino. Contudo, essa deficiência pode ocorrer pela alteração em outro gene, ser resultante de lesões de causa neurológica ou nas estruturas responsáveis pela visão.

O ser humano possui fotorreceptores visuais chamados de cones que estão presentes no tecido da retina, cada um é encarregado de perceber o comprimento de onda do espectro luminoso. As faixas espectrais são as cores vermelha, verde e azul, as demais cores são a combinação dessas três. No indivíduo daltônico, há deficiência ou ausência de cones.

Espectro eletromagnético. Ilustração: Peter Hermes Furian / Shutterstock.com

Os cones apresentam uma substância química conhecida como fotopigmento, que detecta e transforma o estímulo luminoso em um sinal elétrico. São de três tipos:

Em relação à visão das cores, a visão humana é classificada em três tipos: monocromacia, dicromacia e tricromacia. Conforme a gravidade da deficiência visual, é designada como leve ou moderada, quando os cones estão presentes, mas apresentam alguma alteração; é considerada grave quando há ausência de cones.

Monocromacia

É quando ocorre apenas a percepção da luminosidade pela retina, ocasionada pela presença dos bastonetes. É a chamada “visão preto e branco”, o indivíduo enxerga as cores em tons de cinza. É uma perturbação visual para cores menos comum em humanos. Existem duas formas:

Dicromacia

Presença de dois tipos de cones na retina. Existem três tipos de grupos:

Tricromacia

A presença dos três tipos de cones presentes na retina resulta na visualização normal das cores pelo indivíduo, denominada de tricromacia normal.

Tricromacia anômala ocorre quando os três tipos de cones estão presentes, entretanto um deles apresenta uma certa alteração, o que faz o daltonismo apresentar diferentes graus:

Não há tratamento para essa deficiência visual. Existem diversos testes para a averiguação do daltonismo, entre eles o teste de Farnsworth Munsell Hue – verificação de 100 tonalidades de cores – e as placas pseudo-isocromáticas de Ishihara – verificação da frequência entre vermelha/verde.

Teste

Pessoas com algum tipo de daltonismo não conseguem identificar os números acima (da esquerda para direita e de cima para baixo: 7, 13, 16, 8, 12, 9. Ilustração: eveleen / Shutterstock.com

Referências bibliográficas:

FERREIRA, L. M. R. Análise do processamento de sinal visual através de electroencefalograma em indivíduos daltónicos comparativamente com indivíduos normais. Tese de Doutorado – Universidade da Beira Interior, Portugal, 2012.

SATO, M. T. et al. Discromatopsias congênitas e condução de veículos. Arq. Bras. Oftalmol, v. 65, n. 1, p. 53-58, 2002.

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