O Balantidium coli é um dos únicos ciliados que pode ser encontrado em nossa espécie, pode parasitar os humanos e é uma espécie existente no intestino grosso de suínos. O B. coli já foi encontrado em macacos, chimpanzés, humanos, suínos e raramente em cães, ratos e cobaias sendo os macacos os mais atingidos depois dos suínos. Este parasita vive usualmente na luz do intestino grosso de seu hospedeiro, parecendo não ser capaz de penetrar em mucosas intestinais intactas. Pode ser, entretanto, um invasor secundário, ou seja, desde que a mucosa intestinal esteja lesada, é capaz de penetrar e reproduzir-se ate mesmo em ulceras profundas. Os cistos são vistos em fezes, principalmente de suínos, que são os hospedeiros habituais.
A transmissão é através da ingestão dos alimentos contaminados com os cistos, até água ou mesmo as mãos contaminadas. Quando existe infecção humana, quase sempre ocorre proveniente de cistos das fezes dos suínos, que contaminaram as mãos ou os alimentos.
Este ciliado normalmente é comensal da luz do intestino de porcos e se alimenta de amido e bactérias. Sozinho não tem a capacidade de penetrar em mucosas intactas. Na espécie humana, quando há lesões na mucosa do colo ou do ceco, é possível ter invasão secundaria deste parasita. Como é capaz de produzir hialuronidase, é capaz de aumentar a lesão inicial, provocando ulceras e necroses localizadas. Essa sintomatologia e lesões são muito semelhantes ás que ocorrem na amebíase. O paciente pode apresentar diarreia, meteorismo, dor abdominal, fraqueza, anorexia e até mesmo febre.
A distribuição geográfica da balantidiose é mundial, pois é a mesma dos suínos. A maioria dos casos que acontece em humanos está entre os tratadores, criadores, comerciantes e abatedores de suínos. Portanto, o porco é a fonte natural de infecções em nós humanos. A profilaxia tem como base três fatos principais: higiene individual dos profissionais que trabalham com os suínos, engenharia sanitária a fim de impedir que excrementos de suínos alcancem os abastecimentos de agua de uso humano e os criatórios de suínos devem estar em boas condições sanitárias, impedindo que as fezes dos animais sejam disseminadas. O diagnostico clínico é difícil de ser feito devido às semelhanças da colite amebiana. O diagnostico laboratorial é feito por exame de fezes pelos métodos usuais para a evidenciação de cistos ou de trofozoítos, as vezes há necessidade de fazer cultura das fezes. Os meios de cultura são: soro de cavalo ou meio de Pavlova.
Fonte:
Neves, D.P. et. al., Parasitologia humana, 11°edição, editora Atheneu.
Foto: http://www.k-state.edu/parasitology/625tutorials/Ciliates.html