O termo atelectasia pulmonar significa distensão incompleta dos alvéolos e é usado para descrever pulmões que não se expandiram com ar por ocasião do nascimento (atelectasia congênita) ou pulmões que colapsaram após terem sido inflados (atelectasia adquirida). Durante a vida fetal os pulmões não são completamente distendidos, não contêm ar e são parcialmente preenchidos com um líquido produzido localmente que é conhecido como líquido do pulmão fetal. Como era de se esperar, pulmões de fetos abortados e natimortos afundam quando colocados em água, enquanto que pulmões de animais que respiram flutuam. Por ocasião do nascimento, o líquido do pulmão fetal é rapidamente reabsorvido e substituído por ar inspirado, levando a distensão normal dos alvéolos. A atelectasia congênita ocorre em recém-nascidos que não inflaram seus pulmões após as primeiras inspirações de ar. É causada por obstrução das vias aéreas, frequentemente como resultado de aspiração do liquido amniótico (síndrome de aspiração de mecônio).
Atelectasia adquirida ocorre de varias maneiras. A simples presença física compressiva adquirida e obstrutiva. A atelectasia compressiva tem duas causas principais: massas que ocupam espaço na cavidade pleural, com abscesso e tumores, ou de pressões transferidas como as causadas por timpanismo, hidrotórax, hemotórax, quilotórax e empiema. Outra forma de atelectasia compressiva ocorre quando a pressão negativa da cavidade torácica é perdida devido a pneumotórax. Essa forma geralmente ocorre como atelectasia maciça e é, portanto, chamada de colapso pulmonar.
A atelectasia obstrutiva (absorção) ocorre quando há uma redução no diâmetro das vias aéreas causada por edema e inflamação da mucosa ou quando o lúmem da via aérea está obstruído por tampões de muco, exsudato, material estranho aspirado ou vermes pulmonares. Quando a obstrução é completa, o ar preso no pulmão é posteriormente reabsorvido.
Os pulmões atelectasicos estão deprimidos abaixo da superfície dos pulmões normalmente inflados. A cor é geralmente azul-escura e a textura é flácida ou firme; são firmes se há edema ou outros processos concomitantes, como pode ocorrer no “choque” pulmonar. A distribuição e a distensão variam com o processo, sendo desigual (multifocal) na atelectasia congênita, lobular no tipo obstrutivo e de vários graus entre esses dois no tipo compressivo. Microscopicamente, os alvéolos estão colapsados ou semelhantes a fendas, e as paredes alveolares que aparecem paralelas e aproximadas, dando proeminência ao tecido intersticial mesmo sem inflamação superimposta.
Fontes:
CARLTON, W.W., MCGAVIN, M.D. Patologia Veterinária Especial de Thomson, 2 ed Artmed, Porto Alegre, 672 p, 1998.
EURELL J.A., FRAPPIER B. L. Dellmann’s Textbook of Veterinary Histology. Blackwell Publishing, Iowa, Ed 6 p160-168, 2006.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas-respiratorias/atelectasia-pulmonar/