Anemia megaloblástica

Por Luiz de Oliveira Alves

Graduado em Ciências Biológicas (UNIFESO, 2014)

Categorias: Doenças
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A anemia megaloblástica é uma doença sanguínea que constitui a defasagem da distribuição de oxigênio para o organismo por conta da presença de hemácias em tamanho acima do normal. Essas células, também denominadas de eritrócitos, normalmente são anucleadas para facilitar o transporte de oxigênio, visto que esse fator permite que a célula seja composta por mais hemoglobina, o pigmento vermelho rico em ferro presente no sangue.

Anemias em geral ocorrem devido a redução de hemoglobina nas células em consequência da diminuição da massa celular responsável pelo carregamento de oxigênio. Ao falar da anemia megaloblástica, a célula geralmente tem tamanho maior que o normal (macrócitos) e apresenta corpo nuclear com material genético não condensado (megaloblastos). Isso ocorre devido a um defeito na síntese do DNA na fase germinativa dessas células, o que acaba por acarretar em uma síntese de RNA contínua, tornando o núcleo da célula imaturo e impedindo que o mesmo desapareça para dar espaço a mais hemoglobinas.

A maturação celular ocorre na medula óssea, onde as células são produzidas. Essas células jovens são liberadas em baixa quantidade para a corrente sanguínea, pois o próprio organismo identifica que se trata de uma célula defeituosa e a destrói ainda dentro da medula óssea. As células que conseguem seguir mais adiante, até a corrente sanguínea periférica, são atacadas pelos neutrófilos, células do sistema imunológico.

A principal causa desse fenômeno é a deficiência da vitamina B12 no organismo. Muitas pessoas podem apresentar deficiência dessa vitamina ao mudar o estilo alimentar, por se tratar de uma vitamina adquirida através de alimentos de origem animal como carne, ovo, leite e seus derivados. Mas outras causas podem ocasionar diminuição da vitamina B12, como a interação com algum medicamento que reduza a acidez do estômago, a cirurgia bariátrica, a idade avançada, algum parasita que esteja roubando os nutrientes do organismo ou lesão na parte do intestino responsável pela absorção de nutrientes. A vitamina B12 é importante para a síntese de DNA e sem ela a qualidade da síntese fica comprometida, além dessa vitamina resultar em ácido fólico (vitamina B9) que também atua na síntese genética.

São considerados sintomas dessa doença a perda de peso, anorexia, diarreia, náuseas, fraqueza, cansaço e dormência nas extremidades do corpo. Em crianças, a anemia megaloblástica pode comprometer o seu crescimento e desenvolvimento, podendo gerar puberdade tardia, além de afetar a capacidade de aprendizagem. Em mulheres grávidas, a formação do feto pode ficar comprometida e causar até um parto prematuro que pode comprometer a vida do bebê. Como é associado esse tipo de anemia com a deficiência da vitamina B12, vale destacar outros prejuízos que a sua falta pode acometer como a instabilidade da marcha, que é o comprometimento da velocidade e movimentos finos e síncronos realizado pelo organismo, além de problemas neurológicos que podem resultar em demência. A falta prolongada dessa vitamina pode tornar a situação irreversível.

O diagnóstico é feito pelo exame de sangue: o hemograma indica a quantidade de eritrócitos presentes, o tamanho dos mesmos e se eles contêm ou não núcleo, bem como a dosagem de vitamina B12 presente no sangue.

Seu tratamento geralmente é feito através da ingestão oral das vitaminas faltantes, a B9 e a B12, mas no caso de anemia megaloblástica perniciosa, que se dá pelo organismo não conseguir absorver os nutrientes de forma adequada, é indicado injeções intravenosas da vitamina ocasionalmente para manter seus níveis regulares na corrente sanguínea. Neste caso, o tratamento pela alimentação também é recomendado, pois alguns alimentos como o bife de fígado, frutos do mar e até mesmo o queijo muçarela contêm grandes valores da vitamina. Para um adulto, recomenda-se a ingestão diária de 2,4 microgramas de vitamina B12. Para os vegetarianos e veganos a vitamina pode vir em forma de comprimidos.

Referências:

http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/obstetricia/anemias.pdf

http://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/10/082_ANEMIA-MEGALOBL%C3%81STICA.pdf

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