O astrovírus é um vírus de fita simples de RNA que causa gastroenterite aguda, ou seja, ataca o trato digestório causando náuseas, vômitos e diarreia intensa. Sua transmissão é oro-fecal: o vírus é eliminado nas fezes de um indivíduo contaminado e infecta outros indivíduos que venham a ter contato com o excremento diretamente ou através de fômites (objetos que podem absorver, reter ou transportar agentes infecciosos).
O vírus ataca principalmente as células epiteliais do intestino, causando uma intensa diarreia e provocando desidratação. O infectado também pode apresentar náuseas, vômitos, perda de apetite, dores na região do abdômen e febre. Na maioria dos casos a doença é autolimitada, apresentando um decurso específico e limitado com começo, meio e fim, não sendo necessário o uso de medicamentos ou o atendimento médico.
Os mais suscetíveis a desenvolverem a doença são as crianças, principalmente as menores de 5 anos, e os idosos. Acredita-se que anticorpos podem ser adquiridos na infância, quando a criança entra em contato com o vírus, mas o sistema imune perde força conforme o passar da idade e novas contaminações podem surgir na terceira idade.
Na maioria dos casos a doença vem de forma branda, apresentando sintomas que costumam surgir de um a quatro dias após a infecção (tempo de incubação) e a diarreia começa a desaparecer após os dois ou três primeiros dias após o aparecimento dos primeiros sintomas. Porém, em caso de persistência é comum ocorrer forte desidratação, sendo necessário o atendimento médico para reidratação endovenosa. O médico pode solicitar o exame laboratorial, geralmente feito por PCR, o qual consiste na coleta de amostra pelo swab (cotonete grande) para fazer a análise genética do vírus e confirmar o diagnóstico.
Com acometimento mundial, essa doença geralmente ocorre em formas de surtos, descrita em lugares que possuem concentração dos grupos mais suscetíveis como creches, escolas, comunidades rurais e asilos. As pessoas com baixa imunidade, como transplantados e portadores de HIV, necessitam de um acompanhamento mais rigoroso, pois os sintomas podem perdurar por meses, necessitando além da reidratação e da reposição de eletrólitos, a administração de imunoglobulina.
Para prevenir a contaminação e disseminação do astrovírus deve-se conservar bons hábitos de higiene, como a lavagem das mãos com água limpa e sabão após a utilização do banheiro e ao chegar da rua. É aconselhada a ingestão de água apenas quando esta for tratada e de alimentos bem higienizados, principalmente aqueles que serão consumidos crus. Deve-se ficar atento ao nadar em rios e riachos, pois estes podem estar contaminados por esgotos. Profissionais de saúde devem ter cuidado ao manipular pessoas contaminadas, utilizando os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e sempre lavando as mãos após contato com o paciente.
O tratamento caseiro consiste em ingerir soro caseiro ou soro que pode ser adquirido em farmácias. A dieta deve ser rica em legumes, verduras, frutas, arroz e outros alimentos leves, não sendo recomendada a ingestão de gordura, bebidas alcoólicas ou alimentos derivados de leite. Quanto aos bebês, não é recomendado o uso de medicamentos ou a ingestão de outro líquido que não seja o leite materno, visto que o mesmo possui todos os nutrientes necessários aos recém-nascidos.
Referências:
https://revistas.ufg.br/iptsp/article/viewFile/1924/1855
http://www.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/16/Ano04-n03-surto-gast-astro-noro-virus-rj.pdf.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/astrovirus/