A atrofia girata consiste em uma rara doença hereditária autossômica recessiva, que se caracteriza pela presença de atrofia coriorretiniana progressiva resultando na gradativa deterioração da visão noturna e periférica, causando cegueira.
Esta doença é consequência de um erro inato do metabolismo. O gene mutado é encontrado no cromossomo 10 e é responsável por codificar uma enzima denominada ornitina cetoácido aminotransferase (OAT). Diferentes mutações na OAT é que determinam a severidade da sintomatologia da doença.
Este distúrbio foi descrito pela primeira vez no ano de 1888, por Jacobson e, logo em seguida, no ano de 1896, Fuchs nomeou a mesma. Contudo, sua base química, ou seja, a deficiência da OAT foi evidenciada somente em 1973. No ano de 1988, Inana descreveu com maiores detalhes a fisiopatologia dessa doença.
As manifestações da atrofia girata inclui a perda gradual da visão, cegueira noturna, com posterior desenvolvimento de catarata subcapsular na segunda década de vida, constrição progressiva do campo visual e eventual perda de visão central na quarta a quinta décadas de vida.
O diagnóstico é feito por meio de exame laboratorial capaz de evidenciar o nível sanguíneo de OAT que, na doença em questão, encontra-se elevado, juntamente com exames oftálmicos que revelam alterações coriorretinianas.
O tratamento da atrofia girata visa manter os níveis da OAT próximos do normal, por meio de uma dieta restrita em alimentos que elevam a dosagem dessa enzima e da administração de piridoxina (vitamina B6) capaz de estimular a atividade da OAT.
Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/abo/v66n4/17393.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK22249/
http://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT00001166
http://www.biomedcentral.com/1752-1947/1/27
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/atrofia-girata/