Blenorragia, também conhecida como Gonorreia, é uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais comuns no mundo. A infecção é causada por uma bactéria, um diplococo gram-negativo denominado Neisseria gonorrheae, que infecta especialmente a uretra. Tanto homens quanto mulheres são infectados e a incidência é maior entre as mulheres e jovens.
Grande parte das doenças que acometem os sistemas reprodutores são sexualmente transmitidas e diversos microrganismos estão associados a essas infecções.
Para causar a infecção, a bactéria se fixa nas células mucosas da parede epitelial, invade os espaços que separam as células e desencadeiam uma inflamação. A blenorragia não tratada pode levar a complicações graves como a sepse. Outras complicações ocorrem nas articulações, no coração, nas meninges, olhos, faringe e outras regiões.
Os casos de blenorragia faríngea e anal também são relatados com certa frequência.
A infecção nos olhos, denominada oftalmia neonatal é mais comum em recém-nascidos. Caso a mãe esteja infectada, os olhos do bebe podem ser infectados na passagem do canal do parto. Isso pode levar a cegueira.
Nos homens, uma das complicações associadas a gonorreia é esterilidade. Caso a infecção acometa os testículos ou provoque o bloqueio do canal deferente. Já nas mulheres, a doença pode ser mais silenciosa.
A atividade sexual com vários parceiros e o fato de que a doença na mulher é assintomática contribuem para o aumento dos casos.
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Sintomas
Os sintomas podem iniciar em alguns dias, o período de incubação é curto em menos de uma semana os sintomas são detectados. Nos homens os sintomas incluem dor ao urinar e secreção pus pela uretra. Nas mulheres, o principal sintoma é a dor abdominal. Às vezes, pode-se notar um corrimento amarelado ou esverdeado, até mesmo com sangue, que sai pelo canal da urina, no homem, e pela vagina, na mulher.
Os sintomas da blenorragia faríngea lembram uma infecção de garganta comum e no caso da doença anal são comuns dor e pus.
No caso da conjuntivite em recém-nascidos, as pálpebras ficam muito inchadas e secretam pus.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado nos sintomas clínicos e em exames específicos. O teste ELISA, que analisa anticorpos contra os gonococos é utilizado a partir de esfregaços cervicais nas mulheres e a coleta do pus uretral nos homens. É realizada também a coloração de Gram. Em casos de DST é comum a infecção por mais de um tipo de agente patogênico e por isso é analisado também amostras de sangue e fluidos para a detecção. Outros testes como os moleculares, com analise de DNA, também são aplicados. A cultura bacteriana também pode ser realizada a fim de identificar a sensibilidade aos antibióticos.
Tratamento
Historicamente, a penicilina sempre foi o antibiótico mais utilizado para o tratamento da blenorragia, mas a resistência ao antibiótico vem chamando a atenção. Por isso as doses tiverem que ser aumentadas.
A indicação atual do tratamento está sujeita a mudanças de protocolos e uso de antibióticos a base de fluoroquinolona, como a ciprofloxacina ou a ofloxacina, em dose única são indicados. Essa dose única é assistida, ou seja, o paciente toma o remédio na frente do médico.
A blenorragia é uma doença bem conhecida e seu tratamento é simples e oferecido na rede pública. Deve ser iniciado o mais breve para que não ocorram as complicações associadas, que podem ser graves.
Devido à forte associação da blenorragia com outras infecções sexualmente transmissíveis, em especial a clamídia, é comum o tratamento incluir anticlamidianos efetivos.
Prevenção
Por se tratar de uma doença sexualmente transmissível, a melhor forma de prevenir sua ocorrência é o uso de preservativos nas relações sexuais. O uso deve ser realizado em todos os tipos de relações, como nas vaginais, orais e anais. É necessário também manter o acompanhamento médico em dia e caso note-se qualquer alteração ou sintomas, procurar imediatamente o especialista.
Um fato interessante sobre a blenorragia é o aumento do número de casos devido ao uso de anticoncepcionais orais, isso porque o uso de preservativos diminui e os riscos de DSTs aumentam.
Fontes:
https://www.infectologia.org.br/pg/986/gonorreia
TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. -8. ed.-Porto Alegre: Artmed, 2005.