O cálculo biliar, também conhecido como colelitíase ou “pedra na vesícula”, é a formação de cálculos no interior da vesícula biliar (em 90% dos casos) ou dos ductos biliares (dentro e fora do fígado).
A bile é formada por três componentes básicos: bilirrubina, sais biliares e colesterol. Existe um equilíbrio físico-químico que mantém a bile em estado líquido. Quando há alguma ruptura nesse equilíbrio, irão ocorrer precipitações de seus componentes, resultando nos cálculos biliares. Estes, por sua vez, são compostos basicamente por sais de cálcio e colesterol. De acordo com a predominância, serão cálculos colesterólicos, cálcicos ou mistos.
Existem alguns fatores que aumentam a probabilidade do desenvolvimento dos cálculos biliares, são eles:
- Obesidade (aumenta a secreção de colesterol na bile);
- Perda significativa de peso (aumenta a perda de colesterol pela bile);
- Uso de anticoncepcionais orais;
- Sexo feminino;
- Idade avançada;
- Gravidez;
- Alimentação rica em gordura;
- Vida sedentária;
- Pressão alta;
- Tabagismo;
- Predisposição genética;
- Anemia hemolítica crônica (ocorre quando há a destruição das hemácias).
Os cálculos podem permanecer “dormentes” por anos ou se manifestarem a qualquer momento. Quando ocorre a obstrução do ducto cístico devido a um cálculo, seu canal de drenagem para o colédoco, haverá uma contração da parede muscular da vesícula que manifesta como dor em cólica na região superior direita do abdômen, conhecida como cólica biliar. Quando o cálculo fica preso no canal cístico, a bile ficará impedida de passar, permanecendo retida resultando em um processo inflamatório agudo, conhecida como colecistite aguda. Normalmente crescem bactérias nessa bile retida e a vesícula obstruída se comporta como um abscesso, sendo potencialmente capaz de causar doenças graves.
Os sintomas de “pedra na vesícula” também podem ser “má” digestão, desconforto abdominal vago, náuseas e vômitos, ou mesmo flatulência. Esse quadro tende a se agravar com a ingestão de alimentos gordurosos, mas todos os alimentos podem desencadear sintomas.
O método de diagnóstico de escolha para a detecção de cálculos biliares é a ultra-sonografia abdominal, apresentando índices de acerto de 95 a 99%. Além de ser eficaz, não é um método invasivo, sem anestesia, sem contraste, sem irradiação e relativamente barato. Exames laboratoriais podem evidenciar alterações de enzimas hepáticas e dos ductos biliares; quando houver infecção, o hemograma estará alterado.
O tratamento pode ser feito através de medicamentos ou cirurgia (colecistectomia), com a retirada da vesícula. Os medicamentos agem dissolvendo o cálculo e podem ser indicados para os pacientes assintomáticos. A cirurgia é indicada nos seguintes casos:
- Pacientes com sintomas graves o bastante para interferir com a sua rotina diária;
- Paciente que apresentou alguma complicação devido à presença dos cálculos;
- Paciente que possui algum fator que aumente seu risco de desenvolvimento de complicações.
O tratamento cirúrgico pode ser feito de duas maneiras:
- Convencional: o cirurgião faz uma incisão no abdômen e visualiza a vesícula diretamente;
- Laparoscopia: o cirurgião introduz duas ou três cânulas em pequenas incisões realizadas na parede abdominal, e visualiza a cavidade por meio de um monitor.
Fontes:
https://web.archive.org/web/20110525194243/http://www.drauziovarella.com.br/Sintomas/288/calculo-biliar
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?53
http://www.drfernandovalerio.com.br/calculo_de_vesicula.htm
https://web.archive.org/web/20120429045135/http://boasaude.uol.com.br:80/lib/showdoc.cfm?LibDocID=4880&ReturnCatID=487
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/calculo-biliar/