Câncer de ovário

Por Aline Oliveira Silva

Graduação em Biologia (CUFSA, 2010)
Especialização/MBA em Análises Clínicas (Uninove, 2012)

Categorias: Câncer
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O câncer de ovário não é o mais frequente dos tumores ginecológicos, que são tumores malignos que atingem um dos órgãos do sistema reprodutor feminino, mas segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer fica atrás apenas do câncer de colo de útero, porém, é o tipo de câncer mais grave e mais letal, sendo a principal causa de morte por tumor ginecológico. A doença atinge mulheres na faixa etária entre 50 e 60 anos, podendo acometer mulheres mais jovens.

O ovário é responsável pela produção dos óvulos, sendo essa a sua principal função, e a produção dos hormônios femininos, estrógeno e progesterona. É um órgão importante na fase fértil da mulher.

O câncer de ovário pode ser classificado em diferentes categorias. O tipo epitelial é o mais comum, presente em cerca de 90% dos tumores ovarianos malignos, e acometem principalmente mulheres acima dos 50 anos. Os outros tipos são os tumores de células germinativas, de cordão sexual e tumores de células estromais que produzem a maior parte dos hormônios femininos.

O tipo histológico mais frequente é tipo seroso, mas existem também os tipos endometrioides, os de células claras e os mucinosos.

Não existe fatores de riscos definidos para o câncer de ovários, entretanto, a idade, fatores genéticos, como mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que também são ligados ao câncer de mama, são associadas. Outras síndromes genéticas como a síndrome de Lynch II, reposição hormonal e a obesidade são fatores de risco.

Sintomas

Na maioria dos casos, o câncer é assintomático, e demora a apresentar sintomas. Quando presentes, os principais sintomas incluem pressão, dor ou sensação de inchaço no abdome, pelve, costas ou pernas, náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de ovário em geral é tardio e é feito a partir de exames de imagem como a ultrassonografia transvaginal (UTV), o exame complementar mais utilizado para detectar o câncer de ovário, a tomografia e ressonância magnética e ainda exames laboratoriais como de sangue para medir o marcador tumoral CA-125, que quando aumentando pode sugerir a doença. A confirmação é realizada com a biópsia.

Tratamento

O tratamento desse tipo de câncer depende do estádio da doença. Em casos precoces, a cirurgia para remoção do ovário é recomendada, porém, em mulheres mais jovens, que ainda não entraram na menopausa, pode ser realizada uma cirurgia mais conservadora, mantendo um dos ovários. Ainda nesses casos, são estudados o peritônio e os linfonodos e um tratamento complementar com quimioterapia pode ser realizado.

Em casos mais avançados a recomendação é a remoção total dos ovários e do útero. A indicação da remoção total é além de para casos avançados, para mulheres que já entram na menopausa, onde manter os ovários e útero não é mais necessário em relação a fertilidade. O médico deverá verificar com a paciente qual melhor cirurgia para o caso.

Prevenção e fatores de risco

Como as taxas de câncer de ovário são mais elevadas em mulheres acima dos 50 anos, é indicado que seja realizado o acompanhamento periódico com o ginecologista, para prevenir o desenvolvimento do câncer. Os fatores de risco associados também devem ser investigados, como alterações nos genes BRCA1 e BRCA-2, apesar de não existir um exame especifico para o rastreio da doença, o acompanhamento médico é fundamental e a realização dos exames clínicos, como o transvaginal, deve ser feita com frequência, de acordo com a recomendação médica e em casos de histórico familiar da doença a atenção deve ser redobrada. Em casos onde as mutações genéticas nos genes são detectadas, pode ser sugerido a retira preventiva dos ovários, a denominada ooforectomia profilática.

Uma questão bastante levantada e que pode gerar confusão é a relação dos cistos ovarianos com o câncer. O cisto, condição muito comum, é o acúmulo de líquido dentro do ovário e em sua maioria ocorrem como parte do processo de ovulação e não possuem relação direta com o desenvolvimento do câncer de ovário.

Fontes:

https://www.bp.org.br/centros-de-especialidades/oncologia/doencas/cancer-do-ovario

https://www.accamargo.org.br/tipos-de-cancer/ovario

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