Candidíase

Por Luiz de Oliveira Alves

Graduado em Ciências Biológicas (UNIFESO, 2014)

Categorias: Doenças, Doenças sexualmente transmissíveis
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A candidíase é uma doença dermatológica causada por fungos, sendo o mais comum o Candida albicans, que ataca homens e mulheres, principalmente nas genitálias.

Os esporos dos fungos causadores da doença vivem na pele das pessoas e geralmente ficam inativados, pois o sistema imunológico e outros mecanismos, como a flora do canal vaginal, não deixam ele agir. Quando ocorre uma queda na imunidade ou há alteração no meio genital, o fungo pode se aproveitar para atacar o organismo. Esses fungos gostam de locais escuros e úmidos, preferindo aqueles que ficam muito cobertos por roupas e com acúmulo de suor, como as genitálias, o ânus, as axilas, a boca, a parte inferior das mamas e entre os dedos dos pés.

Candida albicans. Foto: NLM / NIH (CC-BY-SA 3.0)

Sintomas

Os sinais e sintomas podem variar de acordo com a região em que o fungo estiver presente. Na genitália feminina, ele pode acometer tanto a parte externa, quanto a interna, com corrimentos brancos, dor no ato sexual, coceira, rubor, inchaço e ardência ao urinar. É muito comum a candidíase se manifestar em mulheres grávidas, pois o organismo está sofrendo grandes alterações hormonais para a produção de leite, resultando em alteração do pH da mucosa vaginal, tornando-a levemente ácida, o que propicia a aparição de fungos. Na genitália masculina, a infecção pode acometer todo o pênis chegando até a região dos testículos, deixando a região vermelha, com ardência, irritação e odor desagradável, além da secreção branca também se fazer presente. Quando presente na boca, películas brancas envolvendo a pele podem aparecer. No esôfago, o fungo causa vômitos, náuseas e dores no peito.

O fungo pode adentrar ainda mais o organismo, causando febre, cefaleia e inflamações nas articulações. Em casos mais graves o fungo pode se espalhar para órgão essenciais para a vida, como os pulmões e os rins, levando a óbito. Em outras partes do corpo, a região infectada apresenta ardência, coceira e vermelhidão.

Estima-se que em torno de 70% das mulheres desenvolvem a doença pelo menos uma vez na vida e que a metade dessa porcentagem tem chance de uma reinfecção. A candidíase possui cura, mas dependendo do comprometimento do sistema imunológico até 10% dos casos podem se tornar crônicos. Estima-se que 138 milhões de mulheres possuem a doença com grande expectativa de aumento dos casos nos próximos anos.

Causas

Alguns fatores podem estimular o desenvolvimento da doença, como a má alimentação, a higienização inadequada do corpo, a diabetes, o vírus HIV, as relações sexuais sem preservativos, o uso de corticoides e o uso prolongado de antibióticos. Além de todos esses fatores, o estresse e noites mal dormidas colaboram muito para a manifestação da candidíase, pois induzem a liberação exagerada de cortisol que causa baixa do sistema imune.

Prevenção

Como prevenção ao aparecimento do fungo é recomendado que não se deixe áreas do corpo molhadas por muito tempo, não se utilize roupas que causem suor excessivo e que se evite o uso de roupas íntimas muito apertadas. Os pés devem ser mantidos secos, podendo-se fazer uso do talco para tanto, e as regiões genitais devem ser lavadas após a excreção e após as relações sexuais. O uso de preservativos também reduz a ocorrência da candidíase.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico geralmente é clínico com o auxílio de exame laboratorial. Em mulheres, são colhidas células do colo do útero para exame (papanicolau). O tratamento consiste em medicamentos antimicóticos e antifúngicos com vias de administração tópica, através de pomadas, ou via oral.

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