O COVID-19 é uma doença que pode afetar vários órgãos e sistemas, mas o principal a ser afetado é o respiratório, em especial os pulmões, podendo levar ao óbito.
Quando o vírus SARS-CoV-2 atinge os alvéolos ele começa a sua replicação, utilizando as células dessa parte do pulmão. Ao fim do processo replicação, a célula é destruída, liberando mais unidades do vírus no organismo, infectando mais células e causando danos a todo o órgão. Todo esse processo gera uma inflamação, que faz com que o organismo ative células do sistema imunológico como linfócitos, monócitos, leucócitos e macrófagos para o combater ao agente patogênico. Essas células imunológicas atuam liberando uma proteína chamada citocina, que é responsável por controlar as atividades imunes desse conjunto de células. Quanto mais células de defesa chegam ao lugar para atacar o vírus, mais citocinas elas liberam, ocasionando eventualmente uma resposta inflamatória muito grande. Todo esse processo é chamado de tempestade de citocinas (hipercitocinemia). O tecido inflamado apresenta inchaço e grande quantidade de células do sistema imunológico. Nos alvéolos, isso interfere diretamente no processo de hematose (troca gasosas pelo os capilares presentes no pulmão) diminuindo a quantidade de oxigênio na corrente sanguínea para ser carreado até as demais células de todos os outros sistemas do corpo.
Todo esse processo inflamatório causa a fibrose pulmonar, que é o engrossamento do tecido danificado por conta da cicatrização, isso faz com que tecido fique mais espesso, e consequentemente mais duro, dificultando a sua movimentação, sua elasticidade e a trocas gasosas.
Essas complicações respiratórias por causa do COVID-19 afetam mais os idosos ou pessoas com comorbidades, que é o termo técnico para alguma outra doença como diabetes, hipertensão, problemas de vascularização, câncer e alguma outra doença que afeta os pulmões.
Todas essas complicações podem gerar uma pneumonia que causa comprometimento do trato respiratório apresentando:
- Dispneia, que consistem na dificuldade de respirar causando a sensação de falta de ar e aperto nos pulmões;
- Hipoxemia, que é o termo técnico para a falta de oxigenação necessária para o pleno funcionamento nos demais órgãos e tecidos do corpo;
- Insuficiência respiratória;
- Insuficiência e parada de múltiplos órgãos.
O exame indicado para avaliar o comprometimento dos pulmões pela doença é a tomografia computadorizada, no qual geralmente aparecem manchas brancas opacas com uma aparência de vidro fosco que pode estar presente em um ou nos dois pulmões.
Segundo o Jornal Brasileiro de Pneumologia, entre o 8º e 14º dia após a apresentação dos primeiros sintomas, a doença pode evoluir para o estágio avançado e causar derrame pleural, ou "água no pulmão". A pleura é constituída por duas camadas de tecido com propriedades elásticas bem finas, uma que envolve os pulmões e outra que protege a cavidade torácica. Entre essas camadas existe um líquido para facilitar a movimentação através da diminuição do atrito, chamado de liquido pleural. A inflamação desses tecidos pode provocar o excesso desse líquido provocando um derrame.
Os níveis de oxigenação no portador do COVID-19 deve ser acompanhado com frequência para identificar a qualidade da hematose através da quantidade de oxigênios associado a hemoglobina no sangue arterial (saturação). O oxímetro é o aparelho utilizado para essa medição. O normal é em torno de 98%, em casos leves que podem ser tratados em casa a saturação varia de 94% a 90%, abaixo de 89% a oxigenação para as células do organismo fica comprometida e a indicação de intubação é adequada, no qual o enfermo irá receber oxigênio nos pulmões de forma mecânica através de um tubo conectado a um respirador. O tempo de intubação desse paciente pode durar até 3 semanas.
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Referencias:
https://www.ufrgs.br/microbiologando/2020/04/22/voce-sabe-o-que-e-tempestade-de-citocina/
https://pfarma.com.br/coronavirus/5536-tempestade-citocina-covid19.html
https://jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=3339
https://pfarma.com.br/coronavirus/5560-oximetro.html