Denominada de degeneração macular relacionada à idade (DMRI), a patologia ocular crônica é progressiva e caracteriza-se pela perda da acuidade visual. A visão apresenta uma imagem embaçada e com uma mancha escura que cobre o seu centro visual; a visão periférica não é afetada. É relacionada ao envelhecimento – contudo pode ocorrer em crianças e jovens – e pode ocasionar a cegueira em alguns casos.
A doença ocorre devido as alterações degenerativas que acontecem no centro da retina, local denominado de mácula. A região da mácula é responsável visão central e da nitidez nos detalhes das imagens, pois é composta por muitos fotorreceptores. Sua danificação acarreta imagens desfocadas e obscurecidas no centro do campo visual (escotoma).
Existem duas formas avançadas da doença que estão associadas a perda da visão: DMRI atrófica geográfica e DMRI exsudativa.
DMRI atrófica geográfica
Como como a forma seca da doença, é caracterizada pela perda e/ou atrofia da membrana capilar do revestimento coroide, dos fotorreceptores na área macular e degeneração das células do epitélio pigmentado da retina, após o surgimento de depósitos de materiais do metabolismo celular (drusen) no polo posterior do olho. Isso provoca a atrofia na região perifoveal. Caso a fóvea não sofrer alteração, a acuidade da visão central pode ser preservada. Contudo, se for acometida, pode levar à cegueira.
DMRI exsudativa
Caracterizada pelo crescimento vascular endotelial (vasos coroideanos) dos tecidos na região macular, o vazamento de fluidos (lipídeos e sangue) na retina sensorial, o que faz formar uma cicatriz fibrosa na mácula.
A lesão é classificada em dois tipos:
- Vasculopatia polipoidal coroideana, associada ao deslocamento do epitélio pigmentar retiniano seroso e hemorrágico. A rede vascular coroideana sofre dilatações na mácula.
- Proliferação angiomatosa retiniana, as lesões vasculares que se originam na retina são estendidas para o espaço sub-retiniano e, em alguns casos, com os neovasos coroideanos. Apresentam três estágios: (I) neovascularização intrarretiniana – presença de vasos retinianos dilatados, hemorragias e edema retiniano; (2) neovascularização sub-retiniana – a neovascularização intrarretiniana prolonga-se até a camada de fotorreceptores; (3) neovascularização coroideana – presença de anastomoses retinocoroideanas no processo neovascular.
A diagnóstico para a degeneração macular pode ser realizado através de exames como a angiografia com indocianina verde (AICV), que permite um estudo detalhado dos vasos coroideanos e da tomografia de coerência óptica (OCT) de domínio espectral.
O teste de Amsler permite a identificação de algumas alterações no campo visual, entre elas a degeneração macular.
Para realizar o teste, em um ambiente com uma iluminação adequada manter a grade da imagem a uma distância de 30 a 45 centímetros. Encobrir um olho e, com o outro, olhar o ponto central; observar as linhas da grade. Notar se elas são retas ou estão distorcidas, e se há um obscurecimento ou manchadas no centro da grade.
O envelhecimento das estruturas dos olhos é um processo natural, o crescimento vascular endotelial (que promove a angiogênese e a permeabilidade vascular) é um fator que está associado a neovascularização ocular, que por sua vez, acarreta a degeneração macular.
Os sintomas são a perda da acuidade visual, estocoma central, a dificuldade na leitura e a metamorfopsia (visão distorcida).
Os fatores de risco para a doença incluem o histórico familiar, o tabagismo, a hipertensão arterial, a deficiência de vitaminas com ação anti-oxidante, a doença cardiovascular e a exposição solar. Não há tratamento efetivo disponível para a doença.
Referências:
FARAH, M. E. et al. Atlas de Doenças de Mácula. Elsevier Brasil, 2017.
NETO, C. A. M. et al. Atrofia macular extensa com aparência pseudodrusen semelhante à degeneração macular atrófica relacionada à idade: história clínica documentada na íntegra por 8 anos. eOftalmo, v. 1, n. 3, p. 1-7, 2015. Disponível em: http://200.98.68.239/eoftalmo/details/58/pt-BR. Acesso em: 17/05/2018.
PEREIRA, F. B. Características da degeneração macular relacionada à idade, forma exsudativa, em pacientes brasileiros. Trabalho de conclusão de curso (Doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, 2014.
PINHEIRO, P. Degeneração macular – Causas e Sintomas. Disponível em: <https://www.mdsaude.com/2009/08/degeneracao-macular.html>. Acesso em: 17/05/2018.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/degeneracao-macular/