A dirofilariose, também conhecida como verme do coração, é uma zoonose, causada pelo filarídio Dirofilaria immitis que ataca preferencialmente cães, mas também outros mamíferos domésticos e até mesmo o homem. Esta enfermidade é muito comum em cidades litorâneas e de clima quente, no entanto há o relato de vários casos em cidades interlitorâneas longe do litoral. Ela é transmitida por mosquitos fêmeas do gênero Aedes, Culex e Anopheles.
A D. immitis tem distribuição cosmopolita, mas no Brasilas regiões que possuem maior prevalência são Maranhão (46%), São Paulo (14,2%), Rio de Janeiro (13,8%), Minas Gerais (9,4%), Cuiabá (9,62%) e Alagoas (3,1%).
O mosquito infecta-se ingerindo o sangue de um animal contaminado e quando for sugar outro animal sadio e após um período de 10 a 15 dias desta ingestão de microfilárias, estas irão transformar-se em larvas infectantes e serão transmitidas quando o mosquito sugar outro cão. Cerca de 90 dias após o parasita entrar no organismo do cão, ele irá desenvolver-se e instalar-se no átrio direito e veia cava do coração, e este processo pode demorar cerca de 6 meses podendo ser encontradas microfilárias na circulação sanguínea após decorrido esse período de tempo.
Os principais sinais clínicos apresentados por cães com dirofilariose são consequentes das lesões causadas por este parasita ao nível do coração e vasos sanguíneos próximos a este. Numa fase inicial, os animais apresentam poucos sinais clínicos, mas à medida que a doença evolui o animal passa a apresentar: tosse, falta de ar, diminuição do peso, coloração mais escura da língua, intolerância ao exercício e, após a instalação da insuficiência cardíaca, começa a ocorrer falência de órgãos, como fígado e rins, podendo haver um aumento do volume abdominal e um consequente edema pulmonar.
O diagnóstico desta doença deve ser realizado por um médico veterinário, com base em informações repassadas pelo proprietário do animal, junto ao exame clínico e exames complementares laboratoriais, como exames de sangue que detectam a presença das microfilárias na corrente sanguínea, ou exames sorológicos que detectam a presença de anticorpos; podem também serem feitos exames radiológicos do tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma, além de exames que irão avaliar a função renal e hepática, em casos mais avançados da doença.
É muito importante a realização do tratamento, pois esta doença pode resultar em óbito do animal. Este é feito exterminando-se os vermes adultos, chamado de tratamento adulticida, e/ou das microfilárias, o tratamento microfilaricida, junto ao tratamento dos sintomas.
A profilaxia deve ser feita através de estratégias que impossibilitem o nascimento de novos vetores, que não permitam a infecção dos vetores já existentes e, também, que os já infectados não transmitam a doença. Outras medidas também podem ser adotadas, como a diminuição da população de vetores biológicos, através do uso de inseticidas. Existem estudos voltados ao desenvolvimento de uma vacina contra esta doença, porém não se chegaram ainda há nenhuma conclusão satisfatória.
Fontes:
https://web.archive.org/web/20120720100627/http://www.bergen.edu:80/faculty/rdill/environmental_bio/eb_lab_images/eb_lab_images.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dirofilariose
https://web.archive.org/web/20150511094317/http://www.hospvetprincipal.pt:80/dirofila.htm
https://web.archive.org/web/20060320025339/http://br.merial.com/brasil/news/kits/download/release_08.pdf