Disbiose Intestinal

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças digestivas
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A disbiose intestinal é definida como o desequilíbrio da flora intestinal, entre os microorganismos benéficos e patogênicos, que resulta em uma situação desfavorável à saúde do indivíduo.

A presença da disbiose leva a um desequilíbrio no organismo por via dos seguintes mecanismos: não absorção de vitaminas (causando cansaço); inativação de enzimas digestivas, resultando em prejuízos à digestão e induzindo a fermentação; desconjugação de sais biliares, comprometendo a digestão e absorção de lipídeos; síntese de promotores de neoplasias, como as nitrosaminas e destruição da mucosa intestinal, levando a hipersensibilidade, ativando, deste modo, o sistema imunitário.

O trato intestinal, além da simples nutrição, precisa defender-se da invasão de uma gama de microorganismos hostis prontamente preparados para atacar o intestino quando este encontra-se debilitado. O controle biológico realizado pelas microfloras que colonizam as superfícies ou mucosas do organismo humano descreve um poderoso mecanismo ecológico que, em associação com os dispositivos de defesa mecânicos, químicos e imunológicos nos protegem contra as investidas por parte dos agentes infecciosos.

Habitualmente, em um quadro de disbiose, observa-se a diminuição da flora saprófita, que engloba os Lactobacillus acidofillus e as Bifidobactérias. Raramente observa-se esse desequilíbrio em conseqüência da exagerada proliferação da Candida albicans, responsável por causar diarréias recorrentes, má absorção com desnutrição crônica de nutrientes essenciais, perda de peso, dores abdominais, persistentes sem causas identificáveis, perturbações do sono e manifestações de depressão e/ou ansiedade.

A disbiose é uma das causas desencadeantes da síndrome de hiperpermeabilidade intestinal, no qual é observado um quadro inflamatório na mucosa intestinal que, com o passar do tempo, leva a uma desnutrição crônica e no desenvolvimento de afecções auto-imunes e alérgicas.

Além das causas anteriormente citadas, a disbiose também pode ser causada por outros fatores, como:

No diagnóstico dessa condição, alguns aspectos devem ser levados em consideração, como: o histórico clínico do paciente, caso haja a presença de constipação, flatulência e/ou distensão abdominal; o exame clínico que pode revelar abdômen hipertimpânico e dor à palpação, especialmente do cólon descendente; avaliação pela eletroacupuntura de Voll; culturas bacterianas das fezes.

A terapia consiste basicamente em duas abordagens, sendo uma dietética e outra baseada na administração de prebióticos e/ou probióticos. Nos casos mais severos, pode ser necessária a realização de hidrocolonterapia.

O tratamento dietético deve ser feito evitando-se a ingestão de carne vermelha, leite de vaca e seus derivados, leite de cabra, açúcar refinado e alimentos processados, passando a adotar uma dieta rica em fibras.

Os prebióticos são fibras que possuem a capacidade de reequilibrar a flora microbiana do intestino, pois são substratos da fermentação de microrganismos benéficos. Atualmente são encontrados alimentos enriquecidos com essas fibras, sendo que as mais conhecidas são a inulina e o FOS (frutooligosacarídeos)

O tratamento com os probióticos (preparações alimentícias ou farmacêuticas na qual são encontrados microorganismos definidos e vivos) é imprescindível, pois leva à recolonização intestinal com microorganismos benéficos, restabelecendo o equilíbrio intestinal, a integridade da mucosa e, conseqüentemente, o equilíbrio funcional do organismo.

A prevenção da disbiose se dá por meio da adoção de práticas simples, como:

Fontes:
https://web.archive.org/web/20110202191821/http://drpaulomaciel.com.br:80/as-medicinas/alergia-alimentar/disbiose-intestinal-e-intestino-irritavel/
https://web.archive.org/web/20191105072642/http://www.nutricio.com.br:80/disbiose-intestinal.htm
http://www.psicnet.psc.br/v2/site/temas/temas_default.asp?ID=1543
https://web.archive.org/web/20120706033715/http://www.cristinasales.pt:80/Diagnostico-Funcional/Texts/Text.aspx?PageID=172&MVID=1000080
https://web.archive.org/web/20170218161359/http://www2.ufpel.edu.br/cic/2007/cd/pdf/CS/CS_02003.pdf

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