Doença da Vaca Louca

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças animais, Medicina Veterinária
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A doença da vaca louca, também denominada encefalopatia espongiforme transmissível (BSE) ou mal da vaca louca, é uma doença neurológica que acomete bovinos e, tem sido relacionada com a doença de Creutzfeldt-Jacob (CJD) em humanos, além de outras encefalopatias causadas por príons (proteínas anormais que interagem com o material genético do hospedeiro).

Esta enfermidade foi diagnosticada pela primeira vez, no ano de 1986, quando houve a morte de diversos bovinos em consequência de uma doença neurológica desconhecida. Desde então, foram descritos 160.000 casos da BSE. No ano de 1990, esta doença virou uma epidemia entre no rebanho bovino, passando a afetar os seres humanos.

A principal causa da ocorrência da BSE está relacionada com utilização de alimentos expostos ao príon, que são fornecidos aos bovinos. O período de incubação pode varia de 1 até 8 anos para que haja o início da degeneração cerebral. Sua patogenia não está esclarecida, no entanto, existem teorias de que após a ingestão do príon, o agente replica-se no sistema linforreticular, migrando, em seguida, para o sistema nervoso central, através dos nervos periféricos.

Os sintomas são inespecíficos, estando relacionados principalmente ao comportamento do animal. A evolução e a intensidade dos sinais aumentam com o tempo, sendo que esse pode variar de semanas a meses, de modo que na maior parte dos casos, o animal morre dentro de três meses. Os sintomas apresentados são: menor tempo de ruminação, aumento na frequência de lambidas no focinho, espirros, contração do focinho, esfregar da cabeça, ranger de dentes e sensibilidade aumentada.

Quando a BSE é transmitida para o homem, ela adquire as características da CJD, caracterizando-se por uma infecção generalizada do cérebro devido à multiplicação da infecção em outras partes do organismo, sendo invariavelmente fatal.

Nos animais, a confirmação do diagnóstico é feito apenas através de exames histológicos do cérebro. Deve ser realizado, também, a diferenciação quanto a: hipomagnesemia, acetonemia nervosa, raiva, intoxicação por chumbo, poliencefalomalácia, abscessos cerebrais e espinhais e encefalopatia hepática.

Não há um tratamento que seja efetivo. Deve ser realizado o controle através da não utilização de produtos protéicos proveniente de ruminantes na dieta de bovinos. Além desta medida, deve ser evitado que carne e leite de animais contaminados, ou de locais que não adotam esta medida, sejam utilizados na alimentação humana.

Fontes:
http://www.nuvital.com.br/arquivos/tecnicos/Artigo%20%20A%20doenca%20da%20vaca%20louca.pdf
http://www.webrural.com.br/webrural/artigos/pecuariacorte/sanidade/bse.htm
http://www.oarquivo.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=332:a-doenca-da-vaca-louca&catid=73:qualidade-de-vida&Itemid=370
http://www.ivu.org/portuguese/trans/vsuk-bse.html
http://www.k8science.org/hot-topics/mad-cow.cfm

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