Doença de Buerger

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A doença de Buerger, também denominada tromboangeíte obliterante, é  uma obstrução dos vasos (veias e artérias) de médio e pequeno calibre, resultante de uma inflamação causada pelo uso do tabaco.

Esta afecção afeta predominantemente indivíduos do sexo masculino, com idade entre 20 a 40 anos e que fazem uso do tabaco. Apenas aproximadamente 5% dos pacientes são do sexo feminino. Apesar da etiologia dessa doença ainda não ter sido elucidada, somente indivíduos que fumam a desenvolvem e, caso continuem a fazer uso do fumo, esta é agravada. Em consequência do fato de apenas alguns fumantes desenvolver a doença, acredita-se que exista algum fator que torne o indivíduo mais propenso.

As manifestações clínicas da redução da irrigação sanguínea para os membros inferiores e superiores aparecem gradativamente, com início nas extremidades dos dedos das mãos ou dos pés, avançando em direção proximal aos membros afetados, até que, por fim, ocorre o processo de gangrena. Aproximadamente 40% dos indivíduos acometidos por essa doença apresentam quadros de inflamação das veias, em especial as superficiais, e nas artérias dos membros inferiores.

Pode haver queda da temperatura, insensibilidade, dormência, formigamento ou sensação de queimação no membro acometido. É comum a ocorrência do fenômeno de Raynaud e câimbras musculares, habitualmente na sola do pé (no arco) ou nas pernas, e infrequentemente, nos membros superiores e coxas. A dor torna-se mais forte e persistente quando a obstrução é agravada. As mãos ou pés encontram-se frios, apresentando profunda sudorese e coloração azulada, provavelmente decorrente da reação nervosa à dor persistente.

O diagnóstico é alcançado por meio de exame clínico, no qual se observa pulso fraco ou ausente em artérias dos pés ou dos pulsos. É comum também que as mãos, pés e os dedos dos mesmos tornem-se pálidos quando elevados acima da altura do coração e hiperêmicos quando abaixo desta altura. A ecografia de Doppler evidencia uma severa redução da pressão sanguínea e fluxo do sangue nos pés, mãos e dedos atingidos. As angiografias revelam artérias bloqueadas e outros problemas na circulação, especialmente nas mãos e nos pés.

O tratamento dessa doença inicia-se largando o hábito de fumar, pois, caso isso não ocorra, o estado do paciente irá agravar-se, podendo talvez se fazer necessária a realização de uma amputação. Deve-se também evitar: exposição ao frio; lesões causadas por frio ou calor, utilizadas em certos tratamentos (como calos e verrugas); lesões causadas por pequenos traumas repetidos (como sapatos); infecções fúngicas; medicamentos vasoconstritores.

Recomenda-se caminhadas de 15 a 30 minutos, duas vezes ao dia, com exceção de indivíduo que apresentem gangrena, úlceras ou que sintam dor quando em repouso. Estes, por sua vez, devem permanecer em repouso e proteger os pés com faixas almofadadas ou botas de espuma de borracha. Dentre os medicamentos que podem ser utilizados estão a pentoxifilina, que é um antagonista do cálcio ou inibidores de plaquetas, como a aspirina. A simpatectomia pode ser útil em nervos circunvizinhos a vasos obstruídos, para melhorar o fluxo destes, objetivando impedir espasmos.

Fontes:
https://web.archive.org/web/20110831164829/http://www.asahikawa-med-surgery.net:80/por/case-1.html
http://www.manualmerck.net/?id=54&cn=670
https://web.archive.org/web/20090803111019/http://www.forumdor.org:80/buerger.htm
https://web.archive.org/web/20150104124826/http://mmspf.msdonline.com.br:80/pacientes/manual_merck/secao_03/cap_028.html

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