A doença de Forestier, também denominada hiperostose esquelética idiopática difusa, consiste em uma entesopatia não inflamatória, de etiologia desconhecida, caracterizada pela calcificação de tendões, ligamentos e cápsulas articulares.
Esta desordem foi descrita em 1938 por Meyer e Forster, sendo diferenciada de espondilite na quilosante somente na década de 1950, por Jacques Forestier e Ròtes-Querol.
Esta doença é mais observada em indivíduos do sexo masculino acima de 50 anos de idade, sendo que entre 13% a 32% dos pacientes apresentam associada diabetes a esse transtorno.
A presença de entesopatia, que é o acometimento local de inserções tendinosas, ligamentosas ou de cápsulas articulares, axial e periférica, caracteriza esta doença. Anteriormente à ossificação, há a proliferação de tecido conjuntivo. A primeira ocorre no interior da cartilagem, havendo mineralização irregular entre a cartilagem calcificada e a não calcificada. Por conseguinte, há a difusão de vasos sanguíneos provenientes dos canais de Havers. Preferencialmente, a ossificação ocorre nas enteses ou na periferia destas.
Esta condição apresenta evolução lenta, com aumento gradativo no número de lesões hiperostótica. Em muitos casos o paciente pode não apresentar sintoma algum. Todavia, quando as manifestações clínicas estão presentes, podem ser observados dor e rigidez cervical, torácica, lombar e dos membros, tanto inferiores quanto superiores, agravada com baixas temperaturas e atividade com sobrecarga. Também pode haver a presença de edema, em decorrência da exostose da coluna cervical, que pode levar à congestão e/ou irritação da região paravertebral, atingindo esôfago e região subglótica, com consequente disfagia. Nos casos mais avançados, pode haver disfonia, tosse não produtiva, sensação de corpo estranho, dispneia, estridor inspiratório, roncos noturnos, insuficiência respiratória, podendo evoluir para a morte, em decorrência da compressão traqueal.
Sintomatologia neurológica também pode estar presente, uma vez que pode haver a compressão de nervos periféricos, que é mais comumente observada em indivíduos com espondilose lombar. Já foram relatados casos de quadriparesia e mielopatia.
O diagnóstico é feito com base em três alterações radiologias:
- Ossificações e calcificações onduladas na porção ântero-lateral de, no mínimo, quatro vértebras contíguas;
- Preservação relativa da altura dos discos intervertebrais no segmento vertebral afetado e a ausência de anormalidades radiológicas extensas de moléstia degenerativa discal;
- Ausência de anquilose óssea ou erosões das articulações intervertebrais, esclerose ou fusão óssea na região sacroilíaca.
Não há cura para esta doença. O tratamento é sintomático, englobando fisioterapia e prática de atividade física.
Fontes:
http://www.cerir.org.br/revistas/dezembro2002/hiperostose.htm
http://fr.wikipedia.org/wiki/Maladie_de_Forestier
http://www.vertebre.com/index.php?option=com_content&view=article&id=205:la-maladie-de-forestier&catid=69:publications-en-imagerie&Itemid=116
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/doenca-de-forestier/