A doença de Kashin-Beck, também denominada osteoartrite deformante, consiste em uma desordem óssea, que acomete mais comumente crianças e adolescentes. Caracteriza-se por alterações patológicas (degeneração e necrose) na cartilagem articular e na placa epifisária.
Há mais de 150 anos que este transtorno tem sido relatado; todavia, sua etiologia ainda não foi bem elucidada. As hipóteses aceitas atualmente envolvem a infecção por micotoxinas encontradas em grãos, deficiência de minerais (especialmente selênio e iodo) na alimentação e níveis elevados de ácido fúlvico na água para consumo.
A ocorrência desta desordem limita-se a 13 províncias e duas regiões autônomas da China. Além disso, já foram relatadas casos na Sibéria e Coréia do Norte. Contudo, a incidência nestas últimas regiões diminuiu com o desenvolvimento socioeconômico das mesmas. Na China, estima-se que afete de 2 a 3 milhões de indivíduos.
Em um determinado vilarejo chinês, as manifestações clínicas sugestivas desta desordem chegam a afetar 100% de indivíduos entre os 5 aos 15 anos de idade.
As manifestações clínicas incluem:
- Nanismo, quando ocorre na infância ou adolescência, uma vez que acomete os discos epifisários, que são as zonas de crescimento dos ossos longos;
- Restrição de movimentos nas articulações afetadas, devido à dor;
- Dedos curtos e grossos;
- Pés achatados;
- Inchaço das articulações;
- Travamento das articulações ao longo do tempo;
- Nos adultos, normalmente afeta as articulações inferiores, como tornozelos e joelhos, resultando em dificuldade de caminhar.
O diagnóstico é feito com base no histórico e quadro clínico, juntamente com exames de imagem, como radiografias das articulações.
O tratamento desta doença é paliativo e podem abranger cirurgias ortopédicas corretivas e fisioterapia para aliviar os sintomas.
Com relação à prevenção, a suplementação de selênio, com ou sem terapia antioxidante adicional (vitamina E e vitamina C) mostrou-se eficaz em alguns estudos. Contudo, a suplementação com selênio apresenta algumas dificuldades, como a logística, a potencial toxicidade, a deficiência de iodo associada e a baixa adesão.
Já pensando na hipótese de a doença resultar de intoxicação por micotoxinas, foi proposto o armazenamento de grãos em uma área endêmica, porém os resultados não foram divulgados na literatura médica. No entanto, a mudança de grãos mostrou-se eficaz em uma província da Coréia do Norte.
A mudança da água de consumo (para beber) para poços mais profundos tem sido tentada, apontando mudanças na detecção de alterações radiográficas.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Kashin%E2%80%93Beck_disease
http://www.ahealthstudy.com/diseases/kashin-beck-diseasehttp://www.chinadevelopmentbrief.com/dingo/Province/Tibet/1-43-0-127-0-0.html