A doença de Kienböck é uma moléstia rara, caracterizada por uma necrose avascular que afeta o osso semilunar do carpo, em consequência da falta de suprimento sanguíneo para o mesmo.
Existem algumas hipóteses que tentam explicar a etiologia desta doença; no entanto, até o momento, não há evidências que comprovem essas teorias. Sabe-se que existe correlação com a ulna minus, que afeta mais comumente homens e adultos jovens e que apresenta caráter unilateral.
Dentre as teorias da etiologia desta moléstia, encontram-se as fraturas por impacção do semilunar, microfraturas ou fraturas por estresse.
Esta doença é classificada de acordo com o comprometimento do osso semilunar e da articulação radiocárpica. Ao passo que a necrose progride, a matriz óssea vai sendo reabsorvida e diminuindo de tamanho, deste modo, outros ossos alteram sua posição ocupando a antiga posição do osso acometido. Esta alteração resulta em muita dor no punho, que pode alcançar o antebraço.
O diagnóstico é feito principalmente por meio de exames radiográficos, sendo que a patogenia em questão é classificada em quatro estágios distintos (estágios de Lichtman):
- Estágio I: normal ou fratura linear.
- Estágio II: aumento da densidade óssea.
- Estágio III: colapso do semilunar, degeneração cística, podendo estar presente estabilidade rotacional do escafóide.
- Estágio IV: colapso avançado, degeneração intercarpal, migração do capitato, instabilidade do carpo.
É comum que nos estágios iniciais da afecção, as radiografias não evidenciem alterações. Os casos que levantam suspeita clínica podem ser avaliados melhor através da cintilografia óssea, tomografias convencionais ou computadorizadas.
Nos casos dos estágios I e II, o tratamento consiste no alongamento da ulna ou encurtamento do rádio. Já quando se trata dos estágios intermediário (III) e avançado (IV), não há consenso entre os especialistas. Atualmente, o tratamento preconizado para o estágio III é fazer a prevenção da evolução da instabilidade carpal e aliviar a dor. Isso é alcançado por meio de técnicas de artrodeses intercapais e artroplastia semilunar. Existem outras especialistas que preferem realizar a simples artroplastia de ressecção do semilunar, visando aliviar temporariamente as manifestações clínicas álgicas, sem intervir na evolução do colapso carpal.
Nos casos do estágio avançado da doença, há a necessidade de salvação, como é o caso da artrodese de punho, especialmente para indivíduos mais ativos e a carpectomia proximal, objetivando preservar a mobilidade do punho.
Fontes:
http://www.medcenter.com.br/Medscape/content.aspx?bpid=123&id=555
http://alexandrejun.com.br/blog/?page_id=16
http://clidiral.blogspot.com/2010/03/doenca-de-kienbock.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doença_de_Kienböck
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/doenca-de-kienbock/