A Doença de Marek é uma enfermidade neoplásica causada por um vírus, que afeta nervos, pele, baço, rins, fígado, ovários, testículos, olhos e as demais vísceras do organismo das aves.
No ano de 1907, o pesquisador húngaro Josef Marek descreveu pela primeira vez, a paralisia parcial em frangos. Em conjunto com outros pesquisadores, ele mostrou lesões microscópicas no encéfalo, coluna vertebral e nervos periféricos. No ano de 1949, a forma neurológica desta enfermidade foi associada a tumores malignos linfóides de órgãos viscerais e músculos, na época, recebendo o nome de neurolinfomatose, hoje conhecida como Doença de Marek.
Seu agente etiológico é um alphaherpesvirus, conhecido como o vírus da doença de Marek (VDM) ou herpesvirus gallid 2 (GaHV-2). Fora de células, este vírus é facilmente destruído por desinfetantes comuns; ele dura mais tempo em ambientes frios, por isso causa mais problemas no inverno. Ele é formado por dois invólucros, levando consigo, um dos invólucros ao sair da membrana externa da célula. Pode espalhar-se para outras células através das ligações intracelulares, sendo assim se a célula morre o vírus é incapaz de apanhar o seu invólucro, ficando inativado.
Este vírus é relacionado aos vírus ao herpesvírus de perus (HVT) e de Epstein-Barr (VEB) que causa doença de Hodgkins em humanos (câncer). No entanto, o VDM não é uma ameaça a saúde humana, pois não cresce em células de mamíferos. Existem três sorotipos de herpesvírus aviários do grupo B:
- Sorotipo I: usados na produção da vacina (atenuada) contra esta enfermidade.
- Sorotipo II: população de vírus não patogênica.
- Sorotipo III: os HTV compõem este sorotipo. A diferenciação é feita através de anticorpos monoclonais e outras técnicas laboratoriais.
Existem cinco síndromes que podem ocorrer após a infecção com o vírus da doença de Marek, são elas:
- Doença de Marek Clássica ou neurolinfomatose: causa paralisia assimétrica de um ou mais membros. Quando acomete o nervo vago, podem ocorrer dificuldade respiratória e dilatação das culturas. Frequentemente, há também lesões dos nervos periféricos, infiltração linfomatosa, tumores (pele, músculo esquelético e órgãos viscerais).
- Doença de Marek Aguda: é uma epidemia que acomete animais previamente vacinados ou infectados, levando à depressão, paralisia e morte de grande parte dos animais. Afeta animais muito jovens numa faixa etária de quatro a oito semanas de vida.
- Linfomatose ocular: leva à infiltração linfocitária da íris, anisocoria e cegueira.
- Doença de Marek cutânea: gera lesões arredondadas, firmes, junto aos folículos de penas.
- Arterosclerose: induzida experimentalmente em animais afetados.
- Imunossupressão: há um impedimento da resposta imunológica por parte do linfócito T, tornando as aves mais susceptíveis a outras doenças.
O diagnóstico é feito baseado nos sinais clínicos, além da observação de um alargamento de nervo (geralmente o isquiático). A presença de nódulos em órgãos internos, também pode indicar esta enfermidade, mas se faz necessária a realização de exames histológicos.
Não há tratamento para esta doença. O isolamento também não é possível de ser feito, pois o VDM está presente em todos os ambientes avícolas. O recomendado para a prevenção é a vacinação. Entretanto, sua administração não impede a transmissão do vírus para animais não infectados.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Marek's_disease
https://web.archive.org/web/20191104002720/http://www.acercsp.org:80/doencas.htm
https://web.archive.org/web/20091228231008/http://www.fortdodge.com.br:80/14sanidade/pdf/06doencademarek.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/doenca-de-marek/