Elefantíase (filariose linfática)

Por Claudia de Carvalho Falci Bezerra

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)

Categorias: Doenças
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A filariose, filaríase ou elefantíase é uma parasitose endêmica das regiões tropicais e subtropicais do planeta atingindo as regiões mais pobres. Nessas regiões, é um problema de saúde pública, com um número estimado de 120 milhões de portadores. O vetor é um mosquito do gênero Culex e o homem é o único reservatório. Existem três agentes etiológicos: Wuchereria bancrofti, Brugia nalayi e B. timori. Nas Américas, a doença é causada somente pela Wuchereria bancrofti, nematodeo que vive nos vasos linfáticos dos indivíduos infectados. É conhecida também como filariose de Bancrofti ou elefantíase, devido a uma das manifestações na fase crônica, que ocasiona o aumento excessivo do órgão afetado, similar a uma pata de elefante. O parasito possui quatro formas diferentes: verme adulto macho, verme adulto fêmea, microfilárias (que circulam no sangue periférico no homem) e larvas (encontradas no inseto vetor). É uma parasitose que não se transmite de pessoa a pessoa.

Transmissão

Pela picada dos mosquitos transmissores com larvas infectantes. No Brasil, o Culex quinquefasciatus e o principal transmissor. Em geral, as microfilárias tem periodicidade para circular no sangue periférico, sendo mais detectada a noite, entre as 23h e 1h. Não é uma doença transmitida de pessoa a pessoa. O ciclo biológico ocorre assim: um inseto transmissor pica um homem infectado com microfilaremia e a transmite a outro indivíduo, após a maturação das microfilárias no vetor, que ocorre entre 12 a 14 dias do repasto sanguíneo. A microfilaremia pode durar de 5 a 10 anos.

Sintomas

Podem existir indivíduos assintomáticos. Os casos sintomáticos apresentam os seguintes sintomas: febre recorrente aguda, astenia, dores musculares, fotofobia, urticárias, pericardite, cefaleia, infecção dos gânglios linfáticos. Em casos mais graves os indivíduos apresentam hidrocele (acúmulo de água nos testículos), quiluria (aparecimento de gordura na urina), aumento exagerado de membros (daí o nome elefantíase), mamas, órgãos genitais e asma.

Diagnóstico

Como rotina de diagnóstico, é realizada a pesquisa de microfilária no sangue circulante (método de gota espessa). Em casos específicos, pode ser feita pesquisa no líquido ascítico (líquido no abdômen), pleural, sinovial, cefalorraquidiano (LCR ou líquor), urina, gânglios. Fora da rotina, pode ser peito pesquisa do verme adulto no sistema linfático, genitália ou outras lesões. Para pesquisa de antígenos circulantes, pode-se realizar teste de ELISA ou imunocromatográficos. Pode ser indicada nos homens a ultrassonografia da bolsa escrotal e nas mulheres a ultrassonografia da mama ou região inguinal e axilar.

Tratamento

As drogas mais utilizadas são: Dietilcarbamazina (DEC) e Ivermectina (IVM), ou uma associação de ambas.

Prevenção

Uma das medidas de controle adotadas é a redução do mosquito vetor, através de biocidas, instalação de mosquiteiros ou cortinas impregnadas com inseticidas para limitar o contato entre o vetor e o homem; utilização de inseticidas no interior das residências; informar às comunidades das áreas afetadas, sobre a doença e as medidas que podem ser adotadas para sua redução/eliminação; identificação dos criadouros potenciais; e tratamento em massa para as populações humanas que residem nos focos.

Bibliografia:

Filariose. Disponível em http://www.fiocruz.br/bibmang/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=94&sid=106

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Centro Nacional de Epidemiologia. Doenças infecciosas e parasitárias : guia de bolso. Brasília, 1999. 217 p.

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