Encefalomielite Disseminada Aguda

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças
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A encefalomielite disseminada aguda (EMDA) consiste em uma rara desordem monofásica desmielinizante do sistema nervoso central, que afeta, principalmente, crianças na fase da pré-puberdade.

Comumente, esta moléstia surge após uma infecção viral. Todavia, pode aparecer também após uma vacinação, infecção bacteriana ou parasitária, ou pode até mesmo surgir sem causa aparente.

Estima-se que afete 8 em cada 1.000.000 indivíduos anualmente. Embora possa afetar pessoas de todas as idades, predomina em crianças, entre os 5 aos 8 anos de idade.

As manifestações clínicas surgem rapidamente e incluem febre, fadiga, cefaleia, náuseas e vômitos e, em casos mais graves, também pode haver crises convulsivas e coma.

Esta patologia normalmente causa prejuízos à substância branca do cérebro, levando à sintomatologia neurológica, como perda de visão, em decorrência da inflamação do nervo óptico, podendo ser uni ou bilateral; e fraqueza, que pode evoluir ainda para paralisia e dificuldade de coordenar os movimentos musculares voluntários.

O diagnóstico é feito por meio do quadro e histórico clínico, juntamente com exames imagiológicos, como a ressonância magnética, capaz de evidenciar alterações na substância branca no cérebro Esta é a região do sistema nervoso central onde estão localizadas as fibras nervosas.

Além disso, também pode ser realizado um testes do líquido cefalorraquidiano (LCR), colhido por meio da punção lombar. Pode ser feito cultura ou então verificação do nível da reação de um agente específico no LCR.

Inicialmente, a EMDA pode ser confundida com a esclerose múltipla, pois os sintomas e as lesões na substância branca observadas em exames de imagem são semelhantes nas duas doenças. É necessário fazer o diagnóstico diferencial.

O tratamento é feito por meio da administração intravenosa de corticosteróides, seguida por uma administração oral dos mesmos, por 5 a 7 dias, sendo a dose diminuída gradativamente. Quando esses fármacos não levam à melhora do quadro, plasmaferese ou terapia imunoglobiulina intravenosa são outras opções de tratamento.

O prognóstico habitualmente é favorável, havendo início da melhora dentro de alguns dias após a implementação do tratamento, com prazo máximo de seis meses para total recuperação. Contudo, alguns pacientes podem apresentar algumas sequelas, como dificuldade cognitiva, fraqueza, perda de visão ou dormência. Raramente esta moléstia leva à morte.

Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Acute_disseminated_encephalomyelitis
http://www.ninds.nih.gov/disorders/acute_encephalomyelitis/acute_encephalomyelitis.htm
http://my.clevelandclinic.org/disorders/acute_disseminated_encephalomyelitis_adem/hic_overview.aspx

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