Erisipela

Por Aline Oliveira Silva

Graduação em Biologia (CUFSA, 2010)
Especialização/MBA em Análises Clínicas (Uninove, 2012)

Categorias: Doenças, Doenças bacterianas
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Erisipela é uma infecção cutânea causada pela bactéria Streptococcus pyogenes do grupo A. Essas bactérias são comuns e necessitam de uma porta de entrada para penetrar no organismo e causar a infecção. A porta de entrada pode ser uma micose entre os dedos ou qualquer ferimento na pele, como cortes, queimaduras, ou picadas de mosquitos que aumentam o risco de erisipela.

A pele é constituída por duas partes, a epiderme e a derme, sendo a epiderme a porção mais externa e a derme interna. Vários tipos de organismos podem habitar a pele e se multiplicar. Feridas na pele são comuns e nem sempre são causadas por bactérias e indicam uma infecção.

Os estreptococos são bactérias gram-positivas associados a um grande número de doenças. À medida que esse tipo bacteriano cresce, secretam toxinas, entre elas a hemolisina, que causam destruição das hemácias. Dependendo da hemolisina que produzem, os estreptococos são classificados em alfa-hemolíticos, beta-hemolíticos e gama-hemolíticos.

Os estreptococos beta-hemolíticos são os mais frequentes em doenças que acometem os humanos. O Streptococcus pyogenes do grupo A, infecta a camada dérmica da pele e causam a erisipela, que é uma doença séria. A doença pode evoluir e destruir localmente o tecido e entrar na corrente sanguínea, levando a sepse.

Os principais grupos de risco, aqueles que são mais susceptíveis a infecção, e os fatores de risco associados com a erisipela são a obesidade, que é descrito como o maior fator de predisposição, diabetes, baixa imunidade, crianças e idosos, doenças crônicas, cardiopatas e nefropatas, pessoas que sofrem de inchaço na pele e que têm varizes devido à hipertensão venosa crônica, que afeta a pele também são mais susceptíveis.

As lesões causadas pela bactéria são bem delimitadas e podem surgir em diferentes locais, como a face, sendo os membros inferiores os mais comuns, isso porque normalmente a porta de entrada são os pés.

Sintomas

Trata-se de uma infeção bacteriana, então os sintomas iniciais são febre alta, que surge subitamente, calafrios, mal-estar, náuseas e vômitos. A infecção é cutânea, então surgem as alterações na pele que podem ser vermelhidão com margens elevadas, dor e inchaço nos membros inferiores e até a formação de bolhas e feridas por necrose. Normalmente, a lesão é única e se estende.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado pelo exame físico, com observação das lesões. Testes laboratoriais, como hemogramas, também podem ser requeridos para a análise sanguínea e, ainda, em casos específicos podem ser realizadas biópsias da pele. Pode ser realizado também o isolamento da bactéria através da cultura de amostras da pele afetada. Essas amostras podem ser obtidas por diversos métodos como a aspiração de bolhas, aspiração por agulha após injeção de soro fisiológico, biópsia cutânea, no entanto, nem sempre é possível avaliar a partir dessas técnicas então a pesquisa de antígenos por imunofluorescência direta ou a técnica de aglutinação em látex, permite aumentar a sensibilidade e confirmar o diagnóstico.

Tratamento

Os estreptococos respondem de maneira satisfatória a tratamentos por antibióticos. Outras recomendações são o repouso e elevação do membro afetado, quando a infecção se encontra nos membros inferiores. Em geral, após 4 dias os sintomas regridem. A utilização de antimicrobianos tópicos também pode ser útil nas formas bolhosas.

Em pacientes com comorbidades, que possuem maior predisposição as infecções, podem ocorrer recidivas, sendo indicado um tratamento mais prolongado e são aplicadas também penicilina benzatina intramuscular a cada 21 dias, nesses casos, para a descolonização da pele. O tratamento é eficiente e responde bem, porém, em casos mais graves, podem surgir complicações como abscessos, ulcerações superficiais ou profundas e trombose de veias. A complicação mais comum é o linfedema, que é o inchaço persistente e duro, localizado principalmente na perna e no tornozelo, resultante dos surtos repetidos de erisipela.

Prevenção

Uma das maneiras de evitar a erisipela é tentar evitar as portas de entrada na pele. Como a obesidade é um fator que predispõe as infecções, o controle do peso e o tratamento de patologias cardiovasculares, que condicionam o linfedema crônico, são importantes.

Fontes:

https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/sintomas-doencas-tratamentos/erisipela/

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/248_erisipela.html

https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/erisipela/38/

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