Esteatorréia é a presença excessiva de gordura nas fezes (acima de 6 gramas por dia). Estas apresentam coloração acinzentada ou clara, odor fétido e flutuam na água.
A digestão da gordura ingerida ocorre no intestino delgado e é realizada por enzimas, como a lipase pancreática, responsável por quebrar as moléculas de gordura em outras menores. Estas, por sua vez, formam micelas por meio da ação de sais biliares e, por conseguinte, são absorvidas pela parede intestinal.
Praticamente todas as doenças que levam à má absorção causam esteatorréia, exceto as intolerâncias a carboidratos específicos. Pode ser resultado de problemas como:
- Falha no processo digestivo, como por exemplo, uma pancreatite ou uma ressecção gástrica;
- Falta de sais biliares, como nos casos de problemas hepáticos, síndrome da alça cega e ressecção ileal;
- Dano na mucosa, como nos casos de doença celíaca e enterite.
Existem outras causas dessa afecção, como o supercrescimento bacteriano, que leva à diarréia inflamatória e secretora em pacientes que apresentam obstrução intestinal anatômica, como é o caso de indivíduos portadores da doença de Crohn, diverticulose do intestino delgado e distúrbios de motilidade do intestino. Nesses casos, a esteatorréia e causada pela desconjugação dos sais biliares por parte das bactérias, lesão e inflamação da mucosa intestinal, e também, hidroxilação dos lipídeos.
Determinadas doenças metabólicas como tireotoxicose, insuficiência adrenal, síndrome autoimune poliglandular, desnutrição protéico-calórica e jejum prolongado podem levar à má absorção por meio de distintos mecanismos.
O diagnóstico é feito pelo exame de amostras fecais ao microscópio, após administrada a coloração de Sudan III ou IV, responsável por corar a gordura, indicando, assim, o grau de má absorção.
Existe também o teste quantitativo de gordura fecal, que mede a quantidade de gordura presente em uma amostra de fezes fornecida durante um período de dieta padronizada. Normalmente este exame é feito após a coleta total de fezes por três dias. Estas serão misturadas e homogeneizadas, e seu peso total será mensurado. Uma pequena amostra dessas fezes homogeneizadas será coletada, e sua parcela de gordura será extraída e medida por um método denominada saponificação.
O tratamento indicado para pacientes com esteatorréia é a redução da ingestão de gordura e a realização da terapia com enzimas pancreáticas. Comumente, os pacientes necessitam de 30 mil unidades de lipase, tomada a cada refeição. As preparações de lipase possuem um revestimento entérico ou sua preparação ocorre em microesferas para prevenir a desnaturação dessas enzimas pelo suco gástrico.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esteatorreia
https://web.archive.org/web/20190121024921/http://www.saudegeriatrica.com.br:80/medicina/saude/geriatria/gerontologia/idoso/nutri15.html
http://www.nutricaoemfoco.com.br/pt-br/site.php?secao=duvidas&pub=2208
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/esteatorreia/