Febre do Nilo

Por Luiz de Oliveira Alves

Graduado em Ciências Biológicas (UNIFESO, 2014)

Categorias: Doenças
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A febre do Nilo é causada por um vírus de RNA pertencente à família Flaviviridae, transmitido por mosquitos do gênero Culex sp. É uma arbovirose assim como a dengue, a zika e a febre amarela. O mosquito se infecta ao picar algum animal considerado reservatório do vírus, ou seja, um animal que possui o vírus, mas não desenvolve a doença, nem consegue transmitir o vírus ele mesmo.

Os sintomas da febre do Nilo começam a se manifestar entre três e quatorze dias após o contágio, podendo se apresentar de forma branda, com febre e dores musculares, ou evoluir para a meningite, paralisia infantil ou Síndrome de Guillain Barré (doença autoimune na qual o sistema imunológico ataca o sistema nervoso). Outros sintomas incluem: falta de apetite, náuseas, erupções na pele chamadas de exantema, inchaço nos linfonodos e dores nos olhos e na cabeça. Geralmente a forma mais grave acomete pessoas com idade acima dos 50 anos, grupo que também apresenta o maior número de óbitos em decorrência da doença. Entretanto, a febre do Nilo não é considerada muito letal. Em alguns casos a internação hospitalar é necessária para reposição de fluidos por meio intravenoso e para tratamento específico no caso de meningite.

Sua epidemiologia teve a África como pioneira em apresentação de casos, se expandindo em seguida para a Europa e a Ásia, chegando às Américas no fim do século XX, partindo dos Estados Unidos e se espalhando para os seus vizinhos México e Canadá. No Brasil, o primeiro caso da febre do Nilo foi registrado em 2014.

O diagnóstico da doença é dado pelo exame IgM, que consiste em verificar se anticorpos específicos que atacam o vírus estão em atividade. O exame deve ser feito a partir do quinto dia após as manifestações dos primeiros sintomas para que haja tempo de o organismo produzir anticorpos. Outro exame usado para diagnóstico laboratorial é o ELISA: após o oitavo dia de sintomas é coletado o líquido cefalorraquidiano através da pulsão lombar. Porém, esse não é o método de diagnóstico mais indicado, pois indivíduos que já foram infectados com alguma arbovirose anterior, como a dengue ou a febre amarela, podem testar positivo nesse exame (esse fenômeno é chamado de reação cruzada). O PCR, que é a nível genético, e o PRNT também são utilizados para diagnóstico.

Não existe uma vacina para a febre do Nilo, havendo tratamento apenas para os seus sintomas, combatendo a febre com antitérmicos e a dor com analgésicos. A principal forma de evitar a proliferação da doença é impedindo a reprodução de seu vetor, evitando o acúmulo de água parada e de lixo e promovendo o saneamento básico. Algumas barreiras contra mosquitos são recomendadas nas zonas rurais e nas áreas de mata, como as telas em janelas e portas, além do uso de repelentes e roupas compridas ao se deslocar por esses ambientes.

O ministério da saúde também recomenda que se verifique a epidemiologia da Febre do Nilo Ocidental nos países aos quais se pretenda viajar para que sejam tomadas precauções durante as viagens, quando for o caso. Havendo manifestação de sintomas da febre do Nilo em até quinze dias após o retorno da viagem, o serviço de saúde dever ser procurado.

Referências:

https://www.scielo.br/pdf/cr/v39n2/a70cr563.pdf

https://www.saude.gov.br/o-ministro/942-saude-de-a-a-z/febre-do-nilo-ocidental/21160-vigilancia-nilo

https://saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-do-nilo-ocidental

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