Febre recorrente

Por Claudia de Carvalho Falci Bezerra

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)

Categorias: Doenças bacterianas
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Também conhecida como Febre do Carrapato, da febre recorrente é uma doença sistêmica causada por uma bactéria espiralada conhecida como Borrelia recurrentis. Possui evolução rápida e pode ser transmitida por piolhos ou carrapatos. Raramente afeta o homem. Na África, são comuns surtos da doença transmitida pelos piolhos com mortalidade de 30 a 70%. O período de incubação varia de 2 a 18 dias, com média de sete dias.

Transmissão

A doença pode ser transmitida por carrapatos ou piolhos.

Carrapatos

A doença transmitida por carrapatos (gênero Ornithodorus) é mais comum na África, Espanha, Arábia Saudita, Ásia e áreas do oeste dos Estados Unidos e Canadá. Os carrapatos adquirem a doença de roedores (que atuam como reservatórios). Ao picar o ser humano, os carrapatos liberam as bactérias pela saliva ou excretas.

Piolhos

A doença transmitida pelos piolhos (Pediculus humanus corporis) é comum em países em desenvolvimento, envolvendo países da Ásia, África e América Central e Sul. Ao se alimentar de um paciente febril, o piolho é infectado. Somente quando o piolho é esmagado em um hospedeiro novo, as bactérias são liberadas e penetram na pele se existirem lesões ou picadas. O piolho intacto não transmite a doença.

Sintomas

O principal sintoma é febre com duração de 3 a 7 dias, seguido de períodos sem febre que pode durar vários dias ou semanas. Em pacientes não tratados, as recaídas são comuns. Além da febre, podem ser identificadas dores de cabeça, tontura, dores no corpo, nas articulações, na nuca, nos olhos, confusão mental, náuseas e vômitos. Na fase crônica, os sintomas afetam os sistemas nervoso, respiratório e cardiovascular. Pode ocorrer transmissão transplacentária e a mulher grávida pode abortar ou dar à luz a natimorto.

Diagnóstico

Observação direta de espiroquetas em esfregaços sanguíneos corados com colorações de Wright ou de Giemsa. Pode ser realizado também diagnóstico molecular das amostras sanguíneas. Testes sorológicos não são confiáveis porque podem ocorrer resultados falso-positivos. O diagnóstico diferencial inclui artrite da doença de Lyme, malária, dengue, febre amarela, leptospirose, tifo, gripe e febres entéricas.

Tratamento

O tratamento é feito com antibióticos, como a tetraciclina. O paciente fica curado em poucos dias.

Prevenção

Erradicação do vetor (piolho ou carrapato).

Bibliografia:

https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/espiroquetas/febre-recorrente

https://pt.wikipedia.org/wiki/Febre_recorrente

http://www.orpha.net/consor/cgi-bin/OC_Exp.php?lng=PT&Expert=91547

http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=750&sid=8

Trabulsi, L.R. & Alterthum F. Microbiologia. 4ª. ed. – Atheneu.

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