Feocromocitoma

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Neoplasias
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

Os feocromocitomas são tumores, normalmente benignos, oriundos das células cromafins, habitualmente encontradas na região medular da glândula adrenal (também conhecida como supra-renal). Em casos mais raros, podem originar-se em locais extra-adrenais, como em paragânglios da base do crânio até a região de bifurcação das artérias ilíacas ou, mais raramente, no tórax, bexiga ou cérebro.

Este tipo de tumor é raro e é encontrado em dois indivíduos em cada 1 milhão de pessoas por ano. Acredita-se que 0,1-0,5% dos casos de pressão alta são decorrentes de feocromocitomas. Embora geralmente este tumor seja benigno, o risco reside na possibilidade de desencadear crises de hipertensão potencialmente fatais, especialmente quando o indivíduo é submetido a induções anestésicas, procedimentos propodêuticos invasivos, diferentes cirurgias ou outras situações estressantes.

Geralmente estes tumores são diminutos, quase não levando a sintomas por compressão ou obstrução. No entanto, até um pequeno feocromocitoma pode sintetizar quantidade considerável de catecolamina e consequentes sintomas. Dentre as catecolaminas, encontram-se os hormônios adrenalina, noradrenalina e a dopamina, que elevam a pressão arterial. Além disso, este tumor é o gatilho para o surgimento de outros sintomas relacionados a situações de risco que resultam em ataque de pânico.

Mais de 33% dos pacientes com feocromocitomas morrem antes que seja alcançado o diagnóstico, sendo o óbito normalmente decorrente de arritmia cardíaca ou acidente vascular cerebral.

As manifestações clínicas costumam aparecer de forma repentina, desaparecendo vagarosamente. Dentre os sintomas é possível encontrar cefaléia, sudorese excessiva, palpitações, ansiedade, tremor, sintomas relacionados ao sistema digestório (dores abdominais e vômitos) e alterações na sensibilidade da pele (parestesia).

Crianças costumam apresentar sintomatologia distinta dos adultos, sendo que na infância, as manifestações clínicas mais comuns são: sudorese, alterações da visão e pressão alta constante e não na forma de crises, como nos adultos.

O diagnóstico é obtido por meio de exames laboratoriais (sangue e urina), no qual se faz a dosagem de catecolaminas. A coleta da urina deve ser realizada durante um período de 24 horas, com a primeira coleta sendo feita pela manhã ou em seguida a uma crise sintomática.

É importante ressaltar que determinados medicamentos, como os utilizados para tratamento de ansiedade, para emagrecer, para asma ou tosse e até mesmo certas drogas como cocaína, podem interferir na dosagem de catecolaminas levando a um diagnóstico alterado. Alguns alimentos como pimenta e bebidas que contenham cafeína também leva a alterações no exame, bem como acontecimentos estressantes.

Exames de imagem (ressonância magnética, tomografia computadorizada e cintilografia das adrenais) também podem ser utilizados no diagnóstico do feocromocitoma.

O tratamento de eleição é a ressecção cirúrgica do feocromocitoma. No entanto, a cirurgia geralmente é realizada somente após o estabelecimento de níveis normais de catecolaminas, alcançado por meio de medicamentos, uma vez que seus valores alterados representam risco para o procedimento cirúrgico. Os fármacos utilizados são a fenoxibenzamida e o propanolol em associação, sendo que comumente também é necessária a administração de metirosina ou outros fármacos associados para o controla da pressão arterial.

Caso o feocromocitoma seja um câncer que sofreu metástase, o seu crescimento pode ser retardado por meio da administração de ciclofosfamida, vincristina e dacarbazina.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Feocromocitoma
http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/9-2/feocromocitoma.pdf
https://web.archive.org/web/20120502165532/http://www.sbu-sp.org.br:80/site/index.php/feocromocitoma.html
http://www.manualmerck.net/?id=172&cn=1344
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301997000300012&script=sci_arttext

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!