Giardíase é uma infecção no intestino delgado causada pela Giardia lamblia, um protozoário capaz de se fixar na parede intestinal. A giardíase é uma doença diarreica prolongada. Uma vez que os cistos são ingeridos, os parasitas começam a crescer e se multiplicar no intestino delgado. A giardíase é uma condição prevalente em todo o mundo e apresenta maior incidência em regiões tropicais e subtropicais.
A Giárdia é um parasita que se apresenta em duas formas, cisto e trofozoíto. Ambas formas podem ser eliminadas nas fezes, mas o comum é a eliminação dos cistos, porém, nas fezes diarreicas podem ser encontrados trofozoítos, e nas fezes formadas são encontrados cistos.
Adultos e crianças podem ter a doença, porém, a prevalência é maior em crianças. A formação dos cistos ocorre quando o protozoário transita o cólon e os cistos são detectados nas fezes. Essa é a forma infectante da doença. A giárdia possui apenas um hospedeiro definitivo e após a ingestão, os cistos se rompem no duodeno, formando trofozoítos, que se multiplicam. Os cistos então, que são a forma resistente do parasita, são eliminados pelas fezes em grande quantidade, podendo sobreviver no ambiente, fora do corpo, por um longo período.
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Transmissão
Na maioria das vezes, a transmissão é por água contaminada. A transmissão também ocorre por alimentos contaminados com fezes contendo os cistos, e contato com mãos de uma pessoa infectada que não higienizou corretamente após evacuar.
A giardíase possui alta incidência e é considerada a principal parasitose intestinal que afeta os humanos, mas que pode infectar, com menor frequência, alguns tipos de animais. Os surtos de giardíase são frequentemente relatados e existe uma incidência maior também em turistas, que consomem água sem o tratamento adequado.
Embora seja uma infecção com bom prognóstico, pode apresentar gravidade em pessoas com desnutrição, fibrose cística ou algumas imunodeficiências.
Sintomas
Os sintomas são caracterizados por mal-estar, náuseas, flatulência, diarreia, dor abdominal, fraqueza e perda de peso.
O intervalo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas da giardíase costuma ser de duas semanas, mas pode durar vários meses. E, por isso, a infecção pode ser assintomática. Vale ressaltar que mesmo que a pessoa não apresente os sintomas, ocorre a eliminação dos cistos e existe a possibilidade de contaminação de outras pessoas, especialmente que residem juntas.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico com base nos sintomas. É realizada a identificação dos cistos no exame de fezes e testes laboratoriais também são aplicados. São necessários, ao menos, três amostras de fezes para uma boa sensibilidade. A giárdia pode não ser identificada nas fezes, por exames microscópicos, então outros testes podem ser aplicados em caso de suspeita, como o ELISA. Em raras ocasiões, poderá ser realizada biópsia duodenal, com identificação de trofozoítos.
Tratamento
Na maior parte dos casos, a doença regride espontaneamente em algumas semanas. Quando é necessário tratamento, ele é baseado em medicamentos antiprotozoarios, como tinidazol, metronidazol e nitazoxanida por cerca de dez dias.
Sem tratamento, a diarreia pode persistir durante semanas e interferir na absorção de nutrientes. No caso de crianças, o desenvolvimento normal pode ser prejudicado. Em casos positivos, todos os moradores da residência devem realizar os exames para verificar uma possível contaminação.
Prevenção
A doença está associada com falta ou precariedade de saneamento básico e boa higiene, por isso, a prevenção da contaminação é baseada em lavar as mãos, principalmente antes de comer, preparar comida e utilizar o banheiro, beber água tratada e ferver ou filtrar a água, os cistos são sensíveis ao cloro, e a água é o principal meio de transmissão e sempre que possível carregar uma garrafa de água para beber, lavar os alimentos e frutas antes de ingeri-los, evitar a ingestão de alimentos crus e a higiene pessoal são importantes para prevenir a infecção.
O teste da água para verificar a contaminação também é importante para prevenir ou localizar os surtos, que devem ser notificados imediatamente as autoridades de vigilância epidemiológica, para a investigação das fontes e controle da transmissão.
Fontes:
https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/sintomas-doencas-tratamentos/giardiase/
https://www.infectologia.org.br/pg/976/giardiase
TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. -8. ed.-Porto Alegre: Artmed, 2005.
Doenças causadas por Protozoários
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/giardiase/