O gigantismo consiste no distúrbio de origem hormonal ou genético que ocorre principalmente devido à liberação em excesso do hormônio do crescimento (GH) pela hipófise anterior e/ou o não funcionamento correto do hormônio somatostatina, responsável por inibir a liberação do hormônio GH. Além disso, outros fatores como: a insensibilidade da célula-alvo para atuar sob ação do hormônio e um defeito nas etapas entre a produção e a liberação do hormônio podem afetar a resposta esperada no organismo. Os distúrbios que podem ser desenvolvidos em oposto ao gigantismo animal são o nanismo e o raquitismo animal.
A liberação do GH é controlada pelo sistema hipotálamo-hipófise onde o hipotálamo induz a hipófise a liberar o hormônio do crescimento sintetizado no fígado onde será enviado até a célula-alvo.
O gigantismo quando ocorre em animais jovens gera o crescimento proporcional dos ossos, tecidos e órgãos internos, e assim verificamos espécimes com tamanhos 2-3 vezes maior que os seus genitores. Quando ocorre a liberação em excesso do hormônio GH em animais adultos geralmente provoca o crescimento de estruturas pontuais como um membro, tecido, ossos da face ou um órgão – distúrbio chamado de acromegalia.
Em seres humanos, a ciência ainda não compreendeu todo o mecanismo de crescimento, mas algumas cientistas estimam a estatura da prole através da análise da altura dos genitores. Os pesquisadores concordam que a estatura final é atingida no final da puberdade, e é influenciada por fatores hereditários, fatores ambientais e qualidade e quantidade dos alimentos ingeridos durante a gestação, a infância e na puberdade. Como a altura dos pais também está sujeita a interferência destes mesmos fatores ambientais, o método de previsão pode não representar a predisposição genética que para esse caso será necessário realizar a análise do material genético. De qualquer forma, o gigantismo não aparenta ser um futuro promissor para os seres humanos, a principal justificativa deve-se por serem organismos endotérmicos e terem dificuldades de eliminar o calor produzido pelo metabolismo e quanto maior for o corpo do indivíduo mais o seu sistema teria que trabalhar no controle da temperatura demandando maior consumo de energia para o controle da função biológica.
O gigantismo não deve ser confundido com a Elefantíase (também chamada de Filariose), apesar de sem uma análise mais aprofundada ser semelhante à acromegalia. O gigantismo trata-se de um distúrbio hormonal oriundo do sistema endócrino e a Elefantíase de uma doença parasitária e endêmica das regiões tropicais e subtropicais contraída através da picada de um mosquito.
Pesquisadores encontraram vestígios do maior primata que já viveu e nomearam como Gigantopithecus, alguns exemplares da espécie chegaram a medir mais de 3 metros de altura e pesavam 300 quilos, coexistindo na mesma época com o Homo erectus (um homem primitivo), no Pleistoceno – a aproximadamente entre 5 milhões e 100 mil anos atrás. Algumas pessoas acreditam que essa espécie de primata ainda está viva e o chamam de Yeti e Pé-Grande.
Bibliografia:
MARUI, S. et. al., 2002. Bases Genéticas dos Distúrbios de Crescimento. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, volume 46 nº04.
RODRIGUES, I.R. et al., 2017. Gigantismo fetal em cadela: Relato de caso. Medicina Veterinária e Zootecnia, PUBVET, v.11, n.1, p.74-77, Jan., 2017.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/gigantismo/