Hemoptise é uma expectoração com presença de sangue, resultante de uma hemorragia na árvore respiratória.
Esta afecção é classificada em maciça e não maciça, dependendo do volume de perda de sangue; todavia, não foi fixada uma definição a esse respeito. Certos autores consideram uma hemoptise como maciça quando existe um risco eminente à vida, normalmente em associação com instabilidade hemodinâmica ou insuficiência respiratória aguda.
As causas mais comuns de hemoptises são a bronquite aguda e crônica, pneumonia, tuberculose e câncer de pulmão. Outra causa é a hipertensão venocapilar pulmonar, que pode resulta em hemoptise de origem cardíaca, sendo a forma mais comum, a disfunção ventricular esquerda; também pode ser por estenose mitral grave e embolismo pulmonar. Em crianças também é comum a ocorrência dessa condição devido à aspiração de um corpo estranho.
Existe também a hemoptise idiopática, onde, após uma detalhada investigação, não é identificada nenhuma causa dessa condição. A maior parte dos pacientes apresenta resolução espontânea. No entanto, um estudo evidenciou uma maior incidência de câncer de pulmão em fumantes acima de 40 anos com hemoptise idiopática, propondo que esses pacientes devem ser acompanhados mais de perto.
Uma anamnese detalhada é importante para diferenciar hemoptise de hematêmese (eliminação de sangue pela cavidade oral, proveniente do sistema gastrointestinal). A história clínica pode auxiliar na identificação do local do sangramento, podendo estreitar ainda mais o diagnóstico. A broncoscopia pode identificar essa zona hemorrágica. Outro método que pode ser utilizado é um indicador radioativo que pode acusar uma embolia pulmonar. Tomografia computadorizada pode ser utilizada para investigar casos onde a fonte de sangramento seja de origem parenquimatosa.
Casos de hemoptise leve não necessitam de tratamento, apenas o uso de antibióticos para controlar uma infecção. As drogas antitussígenas não devem ser utilizadas, pois a tosse é um mecanismo de eliminação de secreções ou corpos estranhos presentes no trato respiratório, e a hemorragia presente pode produzir coágulos que levam à obstrução das vias respiratórias. A inalação de vapor produzido por um vaporizador pode auxiliar na expulsão do coágulo. Fisioterapia respiratória também pode ser necessária. Quando há a obstrução de um brônquio por parte de um coágulo, este pode ser removido com a ajuda de um broncoscópio.
Ao contrário das hemorragias de vasos sanguíneos pequenos que cessam espontaneamente, as hemorragias em vasos de maior calibre necessitam de tratamento. O médico deve procurar impedir a hemorragia por meio de um procedimento denominado embolização da artéria brônquica. Utilizando os raios-x como guia, introduz um cateter no interior do vaso, inserindo, em seguida, uma substância química que obstrui o local de sangramento.
A hemoptise causada por uma infecção ou por um problema cardíaco normalmente some quando é feito o tratamento de sua etiologia. Em determinados casos, pode ser necessário a realização de broncoscopia ou de um procedimento cirúrgico para aplacar a hemorragia, ou ainda pode ser necessário remover cirurgicamente o segmento lesionado do pulmão. Por representar um procedimento de alto risco, é utilizado apenas como último recurso.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hemoptise
https://web.archive.org/web/20200220200949/http://cirurgiatoracica.com.br:80/temas_hemoptise.htm
http://www.manualmerck.net/?id=57&cn=693
http://www.jornaldepneumologia.com.br/portugues/artigo_detalhes.asp?id=1579
http://www.medcenter.com/medscape/content.aspx?id=26020&langType=1046
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/hemoptise/