A herpes neonatal é uma doença infecto-contagiosa que acomete recém nascidos nas primeiras semanas, causada pelo o vírus da herpes simples nos adultos, o HSV. Ele tem duas variações, o HSV-1 e o HSV-2. O segundo tipo descrito corresponde a maior prevalência nos pequenos com a taxa de infecção e de mortalidade alta nos bebês.
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Sintomas
O vírus se manifesta atacando vários órgãos de recém-nascidos, nos adultos geralmente causam bolhas com ardências na região da boca que eclodem e depois viram uma casquinha cicatrizando. Por se tratar de uma das fases da vida que o sistema imunológico é muito frágil é comum a doença evoluir para as formas mais graves, nesse caso o vírus pode causar problemas no sistema nervoso central e em órgãos viscerais. Quando se manifesta no sistema nervoso central o parênquima encefálico e medular apresentam inflamação, no líquor é encontrado aumento das células de defesa, os leucócitos, além das proteínas, com essa manifestação o vírus pode causar danos neurológicos irreversíveis. Ao atacar os pulmões, pode aparecer inflamação evoluindo para o engrossamento do sangue dentro dos vasos sanguíneos podendo formar placas. Na forma visceral também é comum aparecer a hepatite. Além disso a febre, a sonolência excessiva, diminuição do tônus muscular e da força, dificuldades para respirar e convulsões também são comuns como sintomas.
Essa doença possui uma taxa de mortalidade muito alta. Quando não tratada a doença chega a matar 50% dos neonatos que apresentam a encefalite pois é a forma que ataca o sistema nervoso central, dependendo de outros fatores pode chegar a 85%. O índice de sequelas dos sobreviventes também é alto, em torno de 65% aos que não seguem tratamento. Com tratamento, essas estatísticas caem pela metade. O tratamento inicial é de suma importância, pois geralmente na fase inicial da doença é apresentado a forma cutânea, com lesões semelhante aos dos adultos, impedindo seu avanço para o sistema nervoso central e para as vísceras, tornando difícil o agravamento e o óbito. A fase cutânea acomete mais entre a 1º e a 3º semana de vida, sendo 70% do total de casos, e entre os 7º e 10º após o aparecimento dos primeiros sintomas a doença evolui para as formas mais graves.
Diagnóstico
Geralmente o diagnóstico da fase cutânea é feito de modo clínico, o médico observa os sinais e sintomas, mas em caso de dúvida podem ser solicitados exames laboratoriais como o PCR, cultura, sorotipagem e imunofluorescência. A coleta do material a ser analisado geralmente é nas erupções na pele, na parte ocular, sangue, reto e na suspeita da presença do vírus no sistema nervoso central é indicado a coleta do líquor para analise através da punção lombar.
Tratamento
O tratamento geralmente é feito por administração de antivirais, e existem específicos para o combate ao vírus da herpes. A alimentação, a hidratação e os cuidados certos a serem tomados durante uma crise convulsiva são de extrema importância para a melhora do enfermo.
Transmissão
A transmissão do vírus pode ser através do parto quando a mãe possui a herpes genital e não a tratou de forma eficiente; através do beijo, principalmente quando a pessoa tiver com herpes labial e está na fase de erupção, que é a fase com maior transmissibilidade e através da manipulação do bebê com as mãos contaminadas com o vírus.
Prevenção
Para a prevenção é recomentando que a mãe faça o pré-natal, avisando o médico se já teve herpes genital e outros tipos, além de evitar que adultos e outras crianças beijem o neonato, mesmo quando não tenha feridas boca, pois o vírus pode estar na fase latente, e antes de manipular o bebe é de suma importância realizar a higienização adequada das mãos.
Referencias:
http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2011/v39n7/a2690.pdf
https://www.bbc.com/portuguese/geral-48671776