A hidatidose consiste em uma doença parasitária grave que se caracteriza pela formação de vesículas em diversos órgãos dos mamíferos domésticos e do homem. O agente etiológico desta enfermidade é o platelminto Echinococcus granulosus e Echinococcus vogeli, que tem como hospedeiro definitivo os canídeos (cão, raposa e lobo); bovinos, ovinos, caprinos, equinos, suínos e roedores são os hospedeiros intermediários; e o homem, hospedeiro acidental.
É considerada uma infecção ciclozoonótica de distribuição mundial, que provoca grandes prejuízos econômicos, além de representar um importante problema de saúde pública. Existem áreas consideradas endêmicas ou hiperêndemicas, como por exemplo, o sul do Brasil, tanto para ruminantes domésticos quanto para o homem.
A contaminação do hospedeiro definitivo como, por exemplo, o cão, se dá através da ingestão de vísceras de outros hospedeiros que adquiriram a doença por ingerirem ovos do parasita, em seguida, o cão elimina no meio ambiente junto às fezes as proglotes grávidas contendo o ovo. Estes, por sua vez, irão contaminar o meio ambiente, sendo então ingeridos pelos hospedeiros intermediários, como por exemplo, um ruminante que ao ingerir os ovos. Estes irão, imediatamente, liberar larvas que penetram na mucosa do intestino alcançando diversos órgãos através da circulação linfática ou sanguínea, se fixando e formando o cisto hidático. O homem pode contaminar-se ao ingerir a carne do hospedeiro intermediário contaminada, ou então, ao ingerir ovos em vegetais ou na água contaminada.
Os cistos hidáticos podem estar localizados em diferentes órgãos, preferencialmente no fígado, pulmões e o cérebro. Na grande parte dos casos, a doença é assintomática, no entanto os sinais clínicos podem ser observados conforme a localização do cisto e a intensidade do parasitismo. Podem ocorrer manifestações alérgicas, como tosse, coceira, crises asmáticas, lesões de pele, e quando há a ruptura do cisto hidático pode resultar em choque anafilático. Podem ser observados sintomas gástricos, febre, fadiga e náuseas.
Nos animais, o diagnóstico geralmente é feito no momento do abate. Existem outras técnicas que podem ser utilizadas no animal vivo, quando o dignóstico post-mortem não é uma opção, como o exame radiográfico e a ultra-sonografia. Nos humanos o teste laboratorial utilizado é a Reação de Casoni, que consiste em uma reação urticariforme eritematosa da pele visualizada após ser administrada uma injeção de antígenos do fluído hidático intradermicamente. A confirmação é realizada através de exames de raio-x, tomografia e ecografia.
O tratamento preferencial no humanos, é a remoção cirúrgica, quando não é possível fazer a cirurgia, o tratamento através de medicamentos é a opção viável.
Esta doença pode ser controlada através da adoção de medidas preventivas, como a vermifugação dos cães, não alimentar os cães com vísceras cruas de ovinos, realização da inspeção dos alimentos e implementação de educação sanitária pública eficiente.
Fontes:
https://web.archive.org/web/20190718105427/http://www.ufrgs.br:80/depbiot/206/hidat.htm
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?236
http://www.revista.inf.br/veterinaria05/anais/artigo23.pdf
Ilustração: https://web.archive.org/web/20131007002526/http://ah.novartis.com:80/cab/en/dog_parasitic_worms_tapeworms.shtml