A hipofosfatemia é definida como a redução do fósforo na corrente sanguínea.
Este íon é essencial para a manutenção das funções vitais do organismo, sendo a faixa de concentração sérica considerada normal varia de 0,89 a 1,44 mmol/L (2,8 a 4,5 mg/dL).
Este transtorno pode ser considerado leve, moderado ou grave, sendo que a concentração se encontra entre 2,0 a 2,5 mg/dL, 1,0 a 2,5 mg/dL e abaixo de 1,0, respectivamente.
Tanto a ingestão inadequada do íon fosfato, quanto a excreção exacerbada e um desbalanço na distribuição do fosfato entre os espaços extracelular e intracelular podem levar à hipofosfatemia. Um dos mecanismos anteriormente citados pode ocorrer nos seguintes casos:
- Alcoolismo;
- Septicemia;
- Cetoacidose diabética;
- Uso prolongado de antiácidos de ligação de fosfato;
- Síndrome de recuperação nutricional;
- Recuperação de grandes queimaduras, na qual a hipofosfatemia é considerada grave;
- Administração inadequada de carboidratos via intravenosa.
Mais raramente, pode ser decorrente de certos tipos de neoplasias (como linfoma e leucemia), de causa hereditária e de insuficiência hepática.
As manifestações clínicas geralmente surgem somente quando o nível de fosfato se encontra abaixo de 1,5 mg/dL, envolvendo:
- Alterações musculares e fraqueza. Também pode afetar os grandes músculos, mas costuma manifestar-se como diplopia, baixo débito cardíaco, disfagia e depressão respiratória;
- Confusão mental;
- Alteração leucocitária, levando ao agravamento de infecções;
- Instabilidade das membranas celulares, em decorrência dos baixos níveis de ATP, podendo levar à rabdomiólise e anemia hemolítica.
A pesquisa deste transtorno pode partir da avaliação da excreção urinária de fosfato. Quando a excreção de fosfato é superior a 100 mg/dia, pode haver a presença de hiperparatireoidismo ou defeito tubular renal. O diagnóstico do hiperparatireoidismo é feito por meio da verificação do nível sérico de paratormônio. Já o diagnóstico das síndromes tubulares é feito quando o exame de urina aponta a presença de outras substâncias não encontradas normalmente na urina, como glicose, bicarbonato e aminoácidos. Quando o nível de fosfato na urina está consideravelmente baixo, é porque a ingestão desse íon está baixa, há distúrbios na absorção ou está ocorrendo redistribuição.
O tratamento em pacientes que apresentam quadros moderado ou severo envolve a administração intravenosa de preparações compostas por fosfato de potássio. No caso de haver impossibilidade de administrar por via intravenosa o fosfato, a suplementação oral pode ser útil, bem como a introdução de alimentos ricos em fósforo na dieta do paciente. Contudo, quando as reservas de hipofosfatemia leve, não é necessária a suplementação com este íon.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Hypophosphatemia
http://www.enzilab.com.br/reviews_011.htmlhttp://www.medicinageriatrica.com.br/tag/hipofosfatemia/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/hipofosfatemia/