A hipovitaminose ou avitaminose é o quadro em que as quantidades de vitaminas (de qualquer uma delas) está abaixo da quantidade ideal. Geralmente estas deficiências acontecem decorrentes da alimentação incompleta, mas também podem aparecer como consequência de outros problemas de saúde.
Como as vitaminas podem ser estocadas e usadas de diferentes formas, em diferentes locais e diferentes taxas de reposição, seu consumo, afim de evitar hipovitaminose, precisa acontecer em frequências diferentes. Por exemplo, as vitaminas A, B12 e D podem ser estocadas em grandes quantidades e podem durar meses, no caso da A e D e até anos, no caso da B12. Por outro lado, outras vitaminas como a B3 e vitamina C são capazes de serem estocadas em pequenas quantidades e os estoques da vitamina B3 pode durar apenas poucas semanas, fazendo com que a necessidade de ingestão delas aconteça mais frequentemente. Quando o indivíduo não repõe a quantidade das vitaminas na frequência necessárias, algumas atividades celulares ficam prejudicadas, e assim alguns problemas no organismo fazem com que sintomas apareçam e que a permanência na condição hipovitamínica desencadeie doenças de diversas naturezas.
Existem duas classificações para a origem das hipovitaminoses: a hipovitaminose primária e a secundária. Na primária é dito que o motivo da deficiência vitamínica se deu em decorrência da insuficiência de ingestão da mesma. Na secundária, esta deficiência se dá decorrente de outros problemas de saúde que diminuem a absorção, a utilização ou mesmo a função das vitaminas no organismo. Fatores que envolvem estilo de vida e fatores de risco, como consumo em excesso de álcool ou tabagismo, estão relacionados com o desenvolvimento da hipovitaminose secundária.
É importante ressaltar que indivíduos que possuem dieta variada têm poucas chances de desenvolver hipovitaminose, uma vez que é muito provável que estejam reabastecendo os estoques das vitaminas na frequência necessária.
A primeira doença descrita associada a falta de vitamina foi o escorbuto. Essa doença se dá devido à falta de vitamina C. Os sintomas incluem dificuldades de cicatrização, chegando a hemorragias, dores nas articulações e inflamações nas gengivas. Em meados dos anos 1800 descobriu-se que ao incluir na dieta suco de limão e repolho azedo, essa doença era evitada, mas só muitos anos depois entendeu-se que a importância desses alimentos era a presença da vitamina C, que age como cofator de enzimas importantes para manutenção da estrutura celular.
Outras doenças já relacionadas à falta de vitaminas são: Raquitismos (vitamina D), beribéri (Vitamina B1), pelagra (vitamina B3), anemia (vitamina B12), ariboflavinose (vitamina B2), xeroftalmia, nictalopia e hemeralopia (todas relacionadas a vitamina A).
Ainda, diversas outras disfunções orgânicas podem estar relacionadas com deficiências primárias ou secundárias das vitaminas e muito têm se especulado sobre o assunto. No geral as hipovitaminoses são tratadas com a reposição vitamínica correspondente. Muitos países têm colocado vitaminas e certos sais minerais em alguns alimentos comuns afim de enriquece-los e assim evitar o desenvolvimento destes problemas de saúde.
Referências:
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