Icterícia do recém-nascido

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A icterícia do recém-nascido, também denominada icterícia neonatal ou vulgarmente chamada de amarelão, é uma condição fisiológica comum, na coloração da pele e branco dos olhos dos recém-nascidos, causada pelo excesso de bilirrubina na circulação sanguínea. A bilirrubina é um pigmento amarelado, resultante do metabolismo dos eritrócitos. Quando sua formação é superior a capacidade de metabolização hepática, a criança fica ictérica.

A maioria dos recém-nascidos apresentam icterícia nos primeiros dias de vida, sem que isso signifique que há a presença de alguma doença, é chamada de icterícia fisiológica do recém-nascido. Todavia, algumas vezes, a icterícia ocorre devido a alguma doença, devendo ser devidamente diagnosticada e tratada. Essa é denominada icterícia não-fisiológica.

Icterícia fisiológica do recém-nascido

Esse tipo de icterícia acomete aproximadamente 2/3 dos recém-nascidos não-prematuros, sendo muito mais frequente nos bebês prematuros. Apresenta-se de forma leve, regredindo espontaneamente, entretanto, em certas situações se faz necessária a realização de um tratamento para evitar possíveis problemas causados pelo excesso de bilirrubina.

É resultante de uma série de fatores que acabam levando a um aumento de bilirrubina, a uma dificuldade de captação pelo fígado e a uma elevação da sua reabsorção intestinal. Todos esses fatores fazem com que a taxa de bilirrubina sanguínea aumente.

Mesmo sendo normal este acúmulo, às vezes há problemas, principalmente quando o bebê é prematuro. Nesses casos, há a necessidade de tratamento para impedir a impregnação desse pigmento no cérebro, o que pode causar graves danos à criança.

Icterícia não-fisiológica do recém-nascido

Na maioria das vezes, a icterícia não-fisiológica resulta da exacerbação dos mesmos mecanismos que geram a icterícia fisiológica. Deste modo, as principais causas relacionam-se com os distúrbios da produção de bilirrubina, da captação hepática, do metabolismo, da excreção e da reabsorção que ocorre no intestino.

Existem algumas doenças que podem levar à icterícia neonatal, como:

  • Anemia hemolítica;
  • Infecções;
  • Síndrome de Gilbert, de Criegler-Najar;
  • Icterícia do aleitamento materno;
  • Jejum prolongado;
  • Estenose hipertrófica do piloro.

Os sintomas da icterícia geralmente aparecem entre o segundo e terceiro dia de vida do bebê. Inicia-se pela cabeça e vai descendo em direção às pernas. A pele do recém-nascido torna-se amarelada, primeiro na face, depois tórax, no abdômen e, por último, nas pernas. A parta branca dos olhos (esclera) também pode ficar amarelada.

Existe um teste simples para icterícia que pode ser feito em casa pelas mães que é apertar suavemente a ponta do nariz ou a testa da criança com a ponta do dedo. Caso a pele fique branca não há a presença de icterícia; se a cor for amarelada, a criança deve ser levada ao médico para este avaliar se a icterícia é significativa e requer algum tipo de tratamento.

Nos casos de icterícia leve à moderada, o problema estará resolvido por volta dos 5 a 7 dias de vida. Quando a icterícia atinge níveis altos, pode ser necessária a fototerapia (banhos de luz). Também pode ser recomendada alimentação mais frequentes para ajudar a criança a eliminar a bilirrubina nas fezes. Dependendo do caso, o médico pode pedir para a mãe suspender a amamentação ao seio temporariamente. Em alguns casos, uma troca de sangue pode ser necessária para eliminar o excesso de bilirrubina do sangue do bebê. Raramente, quando não se obtém um tratamento satisfatório, a intervenção cirúrgica pode ser necessária.

Fontes:
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?250
https://web.archive.org/web/20170329005713/http://www.uff.br:80/mmi/neonatologia/graduacao/internato/obrigatorio/capitulos%20essencial%20rn/capitulo%208.pdf
https://web.archive.org/web/20110723224913/http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4832&ReturnCatID=1511
https://web.archive.org/web/20081231105933/http://guiadobebe.uol.com.br:80/recemnasc/ictericia.htm
http://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/viewFile/91/35

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