Infecção subclínica

Por Aline Oliveira Silva

Graduação em Biologia (CUFSA, 2010)
Especialização/MBA em Análises Clínicas (Uninove, 2012)

Categorias: Doenças, Medicina
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Uma infecção subclínica é definida como um quadro infeccioso assintomático, ou seja, onde não ocorre a representação de sintomas.

Ocorre quando microrganismos patógenos infectam um hospedeiro sem que ocorra o aparecimento de sintomas, sendo detectados apenas por exames laboratoriais.

Quando o organismo é invadido por microrganismos, existe um período que é denominado incubação, que transcorre do momento da infecção até o surgimento dos sintomas. Esse período é subclínico, pois o hospedeiro não percebe que está infectado e o patógeno vai se multiplicando. Nesse período, no entanto, a infecção é transmissível.

O sistema de defesa costuma eliminar grande parte dos agentes que causam infecção, no entanto, podem ocorrer falhas e o patógeno escapar da linha de defesa e causa a doença.

As infecções, normalmente, são transmitidas pelo contato direto de pessoa-pessoa, ou por vetores que carregam o agente infeccioso e infectam um hospedeiro. Porém, a infecção vai depender da susceptibilidade do hospedeiro, pois nem todas as pessoas expostas a patógenos são igualmente infectadas.

Alguns exemplos de infecções subclínicas são: a infecção pelo HPV, que pode permanecer por anos sem manifestar sintomas. As infecções subclínicas do vírus podem ser encontradas nos mesmos locais das clínicas, mas não apresentam nenhum sintoma e podem levar ao desenvolvimento do câncer.

Alguns casos de dengue também podem ser subclínicos.

A infecção pelo HIV também possui uma fase assintomática, onde o acometido não manifesta os sintomas.

Alguns casos de hepatite A, onde a criança é assintomática e permanece subclínico, e alguns casos de resfriado leve.

A herpes Zoster é outro exemplo, pois durante um bom período, essa infecção permanece subclínica, visto que o vírus da varicela permanece latente por anos nas terminações nervosas da pessoa infectada, sendo reativado em situações como baixa do sistema imune. Os casos são tratados, mas os vírus não são eliminados do corpo, voltando a forma assintomática até que ocorra nova baixa na imunidade.

Normalmente as infecções virais são as subclínicas. Os retrovírus, assim como outros vírus, possuem a característica de produzir infecções latentes e persistentes, caracterizadas por longos períodos de incubação e crescimento lento das quantidades de vírus nas células infectadas, isso permite que eles permaneçam assintomáticos por um longo período até que a doença associada comece a apresentar os sintomas. Essas infecções costumam ser graves, pois como podem levar anos até que o diagnóstico seja devidamente realizado, as taxas virais são elevadas e os danos as células podem ser irreparáveis. Nas infecções agudas também podem ocorrer casos assintomáticos, onde o sistema imunológico elimina a infecção e o hospedeiro nem se dá conta.

Diagnóstico

Como as infecções subclínicas não apresentam sintomas, o diagnóstico é difícil de ser realizado.

Em alguns casos é feito em exames de rotina, como é o caso do HPV, que é identificado por exames preventivos e o acompanhamento é indicado anualmente.

Os exames laboratoriais como a cultura do microrganismo conseguem detectar vários tipos de agentes infecciosos, mas são apenas testes específicos que são capazes de identificar as infecções assintomáticas como é o caso da técnica de PCR, que consegue detectar o DNA do agente infeccioso em diferentes situações e em casos subclínicos.

Tratamento

O tratamento das infecções subclínicas é parecido com o de qualquer infecção, sendo o agente infeccioso identificado e combatido por meio de medicações especificas e é indicado manter o sistema imunológico forte, com alimentação saudável e a prática de exercícios.

Quando a infecção é persistente, ou seja, não é possível eliminar definitivamente o agente infeccioso que permanece no organismo por anos, podendo ser até por toda a vida, o tratamento é baseado na forma sintomática da doença, quando ela surge, ou as medicações são indicadas para o controle das taxas de replicação, por exemplo, ou ainda pode ser indicado apenas o acompanhamento médico, para verificar a evolução da infecção.

Pessoas imunocomprometidas, que possuem doenças crônicas como diabetes e o HIV e os transplantados devem redobrar os cuidados com infecções, pois são mais susceptíveis as doenças e as complicações que podem ser graves.

Fontes:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/modulo_principios_epidemiologia_2.pdf

TORTORA, G.J, FUNKE, B. R, CASE, C. L. Microbiologia. -8. ed.-Porto Alegre: Artmed, 2005.

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