A insensibilidade congênita à dor, também conhecida como analgesia congênita, trata-se de uma condição rara, na qual há o comprometimento da capacidade de um indivíduo sentir dor física desde o nascimento.
Com evoluções no campo da histopatologia do sistema nervoso periférico, na década de 1980, foi possível elucidar que esta condição resulta de uma alteração nas fibras nervosas de pequeno calibre, responsáveis por transmitirem impulsos nociceptivos ao longo dos neurônios sensoriais.
Alguns pesquisadores acreditam que esta condição pode ser resultante da produção exacerbada de endorfinas pelo cérebro. Todavia, esta é uma hipótese que vem sido descartada ao passo que novos estudos têm sido feitos, uma vez que se essa fosse uma causa, o simples uso de naloxona anularia os efeitos da excessiva endorfina.
Estudos recentes demonstraram que a causa é genética, acometendo ambos os sexos na mesma proporção. Foi observado que esta desordem resulta de uma alteração do canal eletroquímico Nav1.7. Este, por sua vez, é responsável por ligar os nervos periféricos ao sistema nervoso central (SNC). Desta forma, embora haja a emissão do sinal de dor, o mesmo não alcança o SNC.
Existem dois tipos distintos de insensibilidade congênita à dor. O primeiro quando o paciente não percebe a dor, não podendo, portanto, descrever sua intensidade ou tipo. O segundo tipo é quando o paciente percebe a dor, porém não há uma resposta adequada, não reagindo e nem recuando quando expostos ao agente causador da dor.
Muitas pessoas podem achar que o fato de não sentir dor é um privilégio. No entanto, a ausência da sensação dolorosa é perigosa, pois a dor indica ao organismo que algo está errado. Sendo assim, esta condição pode fazer com que lesões na cavidade oral, fraturas ósseas, infecções, entre outras passem despercebidas, uma vez que o indivíduo não sente dor alguma.
O diagnóstico tipicamente é feito por meio do histórico e quadro clínico apresentado pelo paciente.
Não há cura para esta desordem. O tratamento visa prevenir a ocorrência de lesões, o que pode ser difícil em crianças pequenas.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Insensibilidade_cong%C3%AAnita_%C3%A0_dor
http://saude.hsw.uol.com.br/cipa.htm
http://www.diseaseaday.com/congenital-insensitivity-to-pain-a-life-without-pain/