Entende-se por lombalgia um conjunto de sintomas que envolvem dores, desconfortos e diminuição de mobilidade de funcionalidade na região inferior da coluna. A lombalgia se caracteriza por uma disfunção que atinge a região lombar, podendo ser de origem congênita, traumática, por esforço repetitivo ou inadequado, alterações degenerativas, neoplasias, adaptações posturais, origem visceral, dentre outros fatores. Tais disfunções podem se apresentar a partir da articulação, inervação, musculatura ou fáscia. O desequilíbrio estrutural que acaba gerando o processo álgico pode ter origem em qualquer região da coluna, porém devido ao tamanho das vértebras e pela sustentação que a mesma promove, a região lombar acaba sofrendo adaptações e sobrecarga.
A coluna lombar consiste em 5 vértebras (sendo as maiores presentes na coluna), e logo abaixo encontram-se a pelve e vértebras sacrais. O corpo vertebral das vértebras, juntamente com os discos intervertebrais, são os principais componentes responsáveis pela sustentação, distribuição de peso e amortecimento de impacto. O canal medular, presente na região posterior da vértebra, protege a medula para que os estímulos nervosos sejam encaminhados ao cérebro sem que haja danos. As estruturas que podem estar apresentando disfunções e desencadeando a lombalgia são: os ligamentos presentes na coluna, as raízes nervosas, facetas articulares, disco intervertebral, articulações facetarias, musculatura profunda, fáscia ou órgãos. Apesar da hipótese de disfunção, podem-se encontrar má formações, adaptações posturais, tensão muscular, entre outras características. Para que possamos analisar de forma mais assertiva o diagnóstico cinético funcional, indica-se a realização de exames, solicitados pelo médico ortopedista, e posteriormente encaminhado ao fisioterapeuta.
Para que as dores provocadas pela lombalgia possam ser amenizadas e finalmente eliminadas, deve-se analisar uma série de fatores que podem estar contribuindo para o aumento da dor, tais como: postura, atividades desenvolvidas no dia-a-dia, posto de trabalho, força muscular, flexibilidade, mobilidade, prática de atividade física, hábitos diários, além de outros fatores que o profissional pode julgar necessário. Após o diagnóstico cinético funcional ser traçado, o fisioterapeuta buscará o alivio das dores podendo utilizar recursos terapêuticos como a cinesioterapia, eletroterapia, termoterapia, fortalecimento muscular assistido, alongamentos assistidos, até que o movimento e a funcionalidade estejam recuperados de forma efetiva. Geralmente indica-se a prática de atividade física direcionada ao tipo de patologia apresentada, para que haja o fortalecimento efetivo da musculatura estabilizadora da coluna lombar. Os músculos que são necessários serem trabalhados são: reto abdominal, obliquo interno, obliquo externo, transverso do abdômen, assoalho pélvico, quadrado lombar, multifidos, glúteo médio e glúteo máximo.
Para que o indivíduo sinta o alívio dos desconfortos, indica-se a realização do fortalecimento muscular através de atividades direcionadas por fisioterapeutas, para que o mesmo seja tratado de forma global, afim de amenizar as dores, corrigir adaptações posturais, buscar o equilíbrio biomecânico do corpo. As atividades podem ser desenvolvidas a partir de técnicas como: pilates, treinamento funcional (em reabilitação), hidroterapia, isostreching, RPG, estabilização segmentar, entre outros recursos que podem ser apresentados pelos profissionais. Salienta-se sempre a importância de dar continuidade à atividade física, para que o fortalecimento seja eficaz no processo de alívio de dor e de melhora na qualidade de vida do indivíduo, buscando sempre o retorno normal à sua funcionalidade.
Bibliografia:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-86922001000400004&script=sci_arttext
http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbr/v45n4/v45n4a06.pdf
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/3555/2869