Meningite tuberculosa

Por Claudia de Carvalho Falci Bezerra

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)

Categorias: Doenças bacterianas
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

A Meningite tuberculosa é uma infecção das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal) decorrente de uma tuberculose não tratada corretamente. Também é conhecida como tuberculose meníngea. É uma complicação da tuberculose, que é uma doença causada pelas bactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosisM. bovis e M. africanum). Na meningite tuberculosa a bactéria sai do pulmão e se dissemina pela corrente sanguínea atingindo outros órgãos do corpo. Pode ser fatal se não tratada rapidamente. A doença possui 3 estágios. O primeiro, com duração de 1 a 2 semanas, apresenta com sintomas inespecíficos. No segundo estágio, aparecem sinais de lesão de nervos cranianos. No terceiro estágio os sintomas se agravam, podendo levar ao coma. O teste tuberculínico (teste cutâneo para determinar se o paciente te tuberculose) pode ou não ser reator.

Transmissão

A doença não é transmissível, a não ser que haja doença pulmonar ativa.

Sintomas

A doença pode ter início aos poucos ou ter um começo abrupto, com convulsões. No primeiro estágio, que tem duração de 1 a 2 semanas, os sintomas são inespecíficos e são representados por dor muscular (mialgias), sonolência, apatia, irritabilidade cefaleia, anorexia (peso abaixo do normal), vômitos, dor abdominal e mudanças súbitas do humor. No segundo estágio novos sintomas aparecem: sinais de lesão de nervos cranianos, estrabismo, irritação meníngea e hipertensão intracraniana. Ocorrem também sinais de encefalite, com tremores periféricos, distúrbios da fala, trejeitos. O terceiro estágio se caracteriza por déficit neurológico, rigidez na nuca, alterações do ritmo cardíaco e da respiração, podendo levar ao coma. Convulsões também estão presentes e qualquer estágio da doença.

Diagnóstico

Pesquisa da bactéria no liquor através da Citometria e bioquímica, pesquisa de BAAR (baciloscopia com coloração de Ziehl-Neelsen) e cultura no meio Lowenstein-Jewsen. A cultura de líquor é o método bacteriológico mais sensível e específico, mas demora de 30 a 60 dias para o resultado. O diagnóstico diferencial é realizado com outras doenças infecciosas que comprometem o sistema nervoso central como meningoencefalites virais, outras meningites bacterianas (Haemophylus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitidis) e meningite fúngica (Cryptococcus neoformans).

Tratamento

Para tratar a doença são utilizadas a isoniazida, rifampicina, pirazinamida e/ou etambutol. Corticoides sistêmicos também são prescritos para reduzir as complicações associadas com a doença. O tratamento é longo e dura pelo menos 6 meses. Em casos graves é necessária a internação hospitalar.

Prevenção

Deve-se controlar e tratar a tuberculose, para que a meningite tuberculosa não se desenvolva. A população deve ser estimulada a realizar a vacinação da BCG nas crianças.

Bibliografia:

http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=521
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1809/meningite_tuberculosa.htm

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!