A miastenia grave, ou miastenia gravis, é uma doença auto-imune caracterizada pelo surgimento de episódios de debilidade muscular como resultado de uma anormalidade no funcionamento da junção neuromuscular. Nessa doença, o sistema imune produz anticorpos que atacam os receptores localizados no lado muscular da junção neuromuscular. Os receptores lesados são os que recebem impulso nervoso por meio da ação da acetilcolina, que é um neurotransmissor.
Não se conhece ainda o episódio desencadeante que faz com que o organismo produza anticorpos que atacam receptores da sua própria acetilcolina. Todavia, a predisposição genética conta muito no surgimento dessa anomalia. Como os anticorpos são circulantes, a mãe pode transmiti-los para o feto através da placenta. Isso resulta na miastenia neonatal, caracterizada pelo surgimento de debilidade muscular no recém-nascido, desaparecendo poucos dias, ou semanas, após o nascimento.
A miastenia grave costumar atingir mais mulheres do que homens e, normalmente, começa por volta dos 20 a 40 anos de idade, mas pode surgir em qualquer idade. Os sintomas mais comuns são fraqueza das pálpebras (ptose), fraqueza da musculatura ocular (estrabismo), o que resulta em visão dupla (diplopia) devido, fraqueza excessiva de determinados músculos após o exercício. Em cerca de 40% dos pacientes portadores de miastenia grave, os músculos oculares são acometidos desde o início e, com o passar do tempo, pode chegar até 85% dos pacientes. A fadiga muscular pode progredir para os músculos da deglutição (disfagia), fonação (difonia), mastigação ou dos membros.
A crise miasténica acomete, aproximadamente, 10% dos pacientes com essa doença, iniciando-se com dificuldade na respiração, que não responde à medicação e precisar ser hospitalizado para assistência respiratória. Alguns fatores podem desencadear essa crise, como: estresse emocional, atividade física, infecção, menstruação, gravidez, reação adversa a certos medicamentos, acidentes, entre outros.
O diagnóstico é feito através do histórico clínico e dos sintomas apresentados pelo paciente, especialmente quando os músculos da face são afetados. Já que os receptores de acetilcolina estão bloqueados, os fármacos que aumento a quantidade de acetilcolina podem ser usados para a realização de um teste que costuma confirmar o diagnóstico. O fármaco utilizado com maior freqüência como prova é o endrofónio. É administrado por via intravenosa, levando a uma melhora temporária da força muscular. Existem também outras provas de diagnóstico, como medir a função dos nervos e da musculatura por meio de um electromiograma e fazer análise sanguínea na busca de anticorpos para a acetilcolina. Algumas pessoas com miastenia grave apresentam um tumor no timo, que pode levar à disfunção do sistema imunitário, este é revelado através de uma tomografia axial computadorizada ao tórax.
O tratamento pode ser medicamentoso e/ou cirúrgico. O primeiro é feito com fármacos que reduzem a ação da enzima que degrada a acetilcolina na placa motora, a colinesterase. Genericamente, são denominados medicações anticolinesterase. A queda da degradação da acetilcolina faz com que esta atue por mais tempo, fazendo com que a transmissão neuromuscular seja mais fácil. Em indivíduos com miastenia grave generalizada é indicada a cirúrgica, é feita por meio da remoção do timo (timectomia). Aproximadamente 50% dos pacientes podem ter remissão ou melhoras significativas quando realizado esse procedimento.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Miastenia_grave
http://www.manualmerck.net/?id=96&cn=898
http://www.tuasaude.com/miastenia-grave/
https://web.archive.org/web/20170602042755/http://www.nee.ueg.br:80/seer/index.php/movimenta/article/viewFile/173/156