Microcefalia é um problema neurológico no qual a criança possui a massa cefálica e o crânio reduzidos, com menos de 42 centímetros de circunferência com um ano e três meses de idade. Quando nascem, normalmente os bebês têm ossos separados na caixa craniana (moleira); no caso da microcefalia estes ossos nascem unidos ou se unem antes da massa cefálica se desenvolver devidamente.
A microcefalia pode se dar quando a mãe durante a gravides fica exposta por algum agente nocivo, afetando o desenvolvimento do feto (causas congênitas) podendo se apresentar no nascimento ou no primeiro ano. A doença pode se manifestar também quando o bebê fica exposto a agentes nocivos no primeiro ano de vida (adquirida ou pós-natal) e/ou genéticas hereditárias.
As causas da microcefalia congênita são: drogas, agentes infecciosos, diabetes, HIV, desnutrição, hipotireoidismo e exposições a elementos radioativos.
As causas da microcefalia adquirida ou pós-natal são: encefalite, meningite, exposição à radiação, metabolismo malformado, insuficiência renal, AVC, síndromes como a de Rett e a síndrome de Down.
Os sintomas da microcefalia variam de acordo com a agressividade da doença. Quando os ossos se unem antes do sétimo mês de gestação, apresentam-se quadros mais graves sendo chamada de microcefalia primária; após esse período é chamada de secundária, dependendo das sequelas novos sintomas podem variar. Os sintomas mais frequentes são: retardos mentais, ataques epiléticos, músculos rígidos e podendo acarretar em paralisia em casos mais graves.
Mesmo a microcefalia não tendo cura, a fisioterapia ininterrupta é extremante importante, além de agir no seu desenvolvimento, evita que a criança desenvolva problemas musculares e respiratórios.
A expectativa de vida de uma criança com microcefalia sem complicações ou outras síndromes associadas é igual a de uma criança comum, sendo que sempre haverá necessidade de acompanhamento médico e dependência de outros para não se expor em situações de risco.
No Brasil, entre 2015 e 2016 ocorreu um grande surto de microcefalia. Segundo o Ministério da Saúde em 2015 foram registrados 2782 casos, comparados a 147 em 2014; um aumento de 1892,5%. Acredita-se que este aumento ocorreu pelo surto de Zika vírus. A princípio, a relação da microcefalia com o Zika vírus se dá pela presença do vírus no líquido amniótico e nas regiões do sistema nervoso central do feto, sugerindo que o vírus atravesse a placenta infectando os fetos.
Referências:
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/12/22/brasil-chega-a-2782-casos-suspeitos-de-microcefalia-e-40-mortes.htm
http://combateaedes.saude.gov.br/index.php/tira-duvidas#zika
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160218_lancet_zika_microcefalia_lab
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/microcefalia/