Papilomatose Bovina

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças animais, Medicina Veterinária
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

A papilomatose é uma doença infectocontagiosa que acomete diferentes espécies de aves e mamíferos, levando à prejuízos consideráveis em animais de produção. Esta enfermidade sempre foi muito ignorada pelos produtores, no entanto, nesses últimos anos tem-se aumentado a preocupação quanto a ela, devido à descoberta de que ela relaciona-se com alguns tipos de neoplasias malignas.

A papilomatose bovina é conhecida também pelos nomes de verruga, figueira, verrucose, fibropapilomatose e epitelioma contagioso e caracteriza-se pela presença de lesões tumorais que acometem a pele, mucosas e certos órgãos. No caso dos bovinos, causa prejuízos por depreciar o couro do animal, assim como a queda na produção leiteira de vacas acometidas no úbere, tornando-os susceptíveis a infecções secundárias, resultando em mastite. Seu agente etiológico é um vírus e pertencente a família Papovaviridae, que possui uma fita de DNA dupla, sendo que os diferentes tipos de vírus da papilomatose bovina (VPB) resultam em lesões distintas:

Embora todas as faixas etárias possam ser atingidas, a mais acometida são animais até dois anos de idade. Animais confinados são mais susceptíveis aos surtos. Em bovinos leiteiros, há certa predileção do vírus pelo úbere e tetos. Já nas bezerras, os locais mais acometidos são pescoço, barbela, orelhas, chanfro, regiões peri-ocular e peti-labial.

A transmissão da forma cutânea se dá por meio de contato direto entre um animal infectado e um sadio ou por meio do contato indireto através de cercas, bebedouros, fômites e ectoparasitas.

Os vírus da papilomatose bovina estão divididos em dois grupos distintos quanto a sua patogenia:

Os papilomas, inicialmente, são tumores benignos que podem evoluir para tumores malignos, classificados como:

Existem diversos tipos de tratamentos, dentre eles está o cirúrgico, através da retirada de algumas verrugas para estimular o sistema imune humoral, levando à queda das outras alterações de mesma natureza. Outra opção é a vacina autógena, sendo que esta possui caráter curativo e o tratamento preventivo com este produto deve ser evitado. No procedimento de autohemoterapia, retira-se 10 mL de sangue venoso aplicando-o imediatamente por via intramuscular, resultando em um estímulo imunológico inespecífico que pode causar a queda das verrugas. Existe também um produto químico, na forma de pasta, que mata o vírus, fazendo com que as verrugas sequem.

A prevenção e o controle desta afecção são realizados através de cuidados tomados durante a aquisição de novos animais, isolando-os do restante do rebanho, assim como a realização de medidas como: esterilização de materiais cirúrgicos, seringas, agulhas e controle ectoparasitas. Caso haja animais doentes, estes devem ser manejados por último.

Fontes:
https://web.archive.org/web/20081202031925/http://www.portaldbo.com.br:80/noticias/DetalheNoticia.aspx?notid=28661
https://web.archive.org/web/20061009012159/http://www.limousin.com.br/pages/artigos/vendo.asp?ID=106
https://web.archive.org/web/20090423072240/http://www.bichoonline.com.br:80/artigos/bb0025.htm
http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-RL67.pdf

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!