A paracoccidioidomicose cutânea é definida como uma micose sistêmica, grave, crônica e autóctone do continente americano, em especial da América Latina.
Tem como agente etiológico o fungo Paracoccidiodes brasiliensis, que apresenta dimorfismo térmico e que habita o solo na forma de micélia. Quando em temperaturas entre 35°C a 37°C, assume a forma leveduriforme, correspondendo à forma parasitária encontrada no hospedeiro. A reativação deste fungo pode ocorrer até anos após a infecção inicial.
Este tipo de infecção comumente é conquistada durante as duas primeiras décadas de vida, com pico de incidência entre 10 a 20 anos de idade. Contudo, as manifestações clínicas são mais evidentes em indivíduos entre 30 a 50 anos de idade, sendo os homens mais acometidos quando comparados às mulheres.
O agente entra no organismo pelo aparelho respiratório, sendo o pulmão o órgão mais afetado. A lesão pulmonar primária pode migrar, atingindo outros órgãos, em especial a pele e membranas mucosas, além de glândulas adrenais, rins, aparelho gastrointestinal, fígado, baço e sistema nervoso central.
Existem duas formas clínicas distintas da doença:
- Forma aguda/subaguda ou do tipo juvenil: representa menos de 10% dos casos desta desordem, acometendo indivíduos de ambos os sexos antes dos 25 anos de idade. Os indivíduos apresentam febre, emagrecimento e alterações do estado geral. Também podem ser observadas adenomegalias difusas, superficiais e profundas, bem como hepatoesplenomegalia. Infrequentemente podem ser observadas lesões cutâneas e osteolíticas. Em raros casos há envolvimento pulmonar e medular. Já o comprometimento do intestino delgado é observado em aproximadamente metade dos casos. As complicações mais observadas são má absorção intestinal, obstrução linfática ou enteropatia perdedora de proteínas.
- Forma crônica: mais comumente observada em adultos do sexo masculino, entre os 25 aos 60 anos de idade, sendo o pulmão o órgão mais frequentemente atingido, seguido pela pele e mucosas. Os indivíduos acometidos podem não manifestarem sintomas ou apresentarem dispneia, tosse e, raramente, hemoptises e febre.
O diagnóstico é clínico e laboratorial. Neste último é possível identificar o agente causador da infecção, que pode ser evidenciado em fluídos biológicos ou tecidos. Exames de imagem, como radiografias torácicas, também podem ser feitos para auxiliar no diagnóstico.
O tratamento é feito com fármacos, incluindo a sulfametoxazol associada ao trimetropim, cetoconazol, fluconazol e anfotericina B.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paracoccidioidomicose_cut%C3%A2nea
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962007000500003&script=sci_arttext
http://www.elsevier.pt/pt/revistas/revista-portuguesa-pneumologia-320/paracoccidioidomicose-pulmonar-relato-caso-clinico-com-aspetos-90141146-casos-clinicos-2012
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1662