O Perkinsus marinus causa uma doença de importância econômica em moluscos bivalves. Este parasito é um protozoário do filo Apicomplexa e infecta as ostras e as amêijoas, ocasionando uma infecção de notificação obrigatória pela OIE (World Organisation for Animal Health) e foi notificada no Brasil pelo Ministério da Pesca.
Todas as cepas e fases deste protozoário são infectantes. Sua infecção ocorre por contato de hospedeiro a hospedeiro. O ciclo de vida precisa essencialmente de temperatura e salinidade. Este parasito é sensível à dessecação, cloração, UV e água doce. Não são conhecidos hospedeiros selvagens.
Os principais hospedeiros acometidos são as ostras e as amêijoas. As espécies de ostras são: Ostra Americana – Crassostrea virginica, Ostra do Mangue – Crassostrea rhizophorae (que foi descrita no Brasil) e Ostra do Pacífico – Crassostrea gigas. Amêijoa – Mya arenaria e Macoma balthica. O Perkinsus marinus parasita o epitélio do tubo digestivo, tecido conjuntivo e hemócitos. A infecção crônica é geralmente fatal e tem duração de 1 a 2 anos. Observa-se a presença de bivalves mortos ou abertos nos cultivos, tecido fino e aquoso e resposta lenta de fechamento das valvas.
A transmissão se dá principalmente pela água com fezes e com a decomposição de animais mortos contaminados. Fatores ambientais como aumentos de salinidade e temperatura são diretamente relacionados com a infecção. A prevalência é de até 100% em ostras C. virginica e de 10% em amêijoas. Tem sua distribuição geográfica na Costa Leste Norte Americana e na Costa do Pacífico do México. Não se conhecem vacinas. As drogas utilizadas para tratamento são: N-halamina, bacitracina, cicloheximida e água doce. É feita a seleção genética com a linhagem de sobreviventes e repovoamento com essas espécies resistentes. São recomendadas práticas de manejo como o cultivo em águas de menor salinidade e uso de linhagens precoces e tolerantes.
O diagnóstico é clínico-epidemiológico. Amostras da branquial e do manto são mandadas para o diagnóstico no qual é feito o cultivo em meio de RFTM (Ray’s Fluid Thioglycollate Culture Method) que tem como objetivo favorecer a visualização do P. marinus. Na histopatologia há visualização de inclusão parasitaria, utiliza AFA de Davidson ou formol 10% tamponado para conservar a amostra, esfregaço e técnicas moleculares como hibridização in situ (ISH) e PCR também são feitos.
FONTE:
http://en.wikipedia.org/wiki/Perkinsus_marinus
http://www.eurl-mollusc.eu/Main-activities/Tutorials/Perkinsus-marinus
Moss J.A., Burreson E.M. & Reece K.S. Advanced Perkinsus marinus infections in Crassostrea ariakensismaintained under laboratory conditions. J. Shellfish Res., 25: 65–72, 2006.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/perkinsiose/