Pitiríase Versicolor

Por Franciele Charro
Categorias: Dermatologia, Doenças
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A Pitiríase Versicolor é causada pela Malassezia furfur que é uma levedura lipofílica e faz parte da microbiota normal da pele humana. A pitiríase Versicolor é uma infecção assintomática, crônica e as lesões são descoradas com um aspecto branco-amarronzado ou castanho-amarelado, discretas ou confluentes e cobertas com uma fina camada descamativa, é uma descamação furfurácea. A face, o pescoço, o tronco e os membros superiores são as áreas mais afetadas por essa doença.  Manifesta-se principalmente no verão e primavera, atingindo principalmente os jovens adultos de pele oleosa. A foliculite ou acne vulgares, dermatite seborreica e fungemia são outros processos associados a  Malassezia furfur decorrente de nutrição parenteral lipídica. Também podem ocorrer pequenas lesões embólicas pulmonares e em outros órgãos internos podem surgir como uma complicação de fungemias.

Epidemiologia: Existe em todo o mundo. É comum, afetando até 40% da população dos países nos trópicos.  Afeta ambos os sexos e em todas as raças, e apresenta distribuição variável segundo a faixa etária, verificando-se a maioria dos casos em adultos jovens. É importante lembrar que esta doença não é contagiosa e que hábitos de higiene precários não representam fator desencadeante dessa infecção.

Três básicos métodos existem para o diagnóstico laboratorial: O exame direto, a cultura e a micologia. Em casos típicos de Pitiríase Versicolor, o exame direto já diagnostica, sendo a cultura não essencial para o diagnostico de doença, pois o exame direto dos raspados de pele pode fornecer um diagnostico da doença com elevado grau de confiança. Ainda assim, as escamas podem ser coletadas por raspagem com bisturi e as preparações com KOH a 10%. As amostras microscópicas irão mostrar células de levedura gemulantes e hifas pequenas. As células de leveduras podem apresentar um aspecto globoso, oval e cilíndrico, podendo ainda exibir uma estrutura cicatricial, denominada colarete, que representa o sitio onde gemulações sucessivas ocorrem na célula-mãe.

O diagnóstico diferencial inclui outras entidades que levam à despigmentação cutânea, em particular o vitiligo e a pitiríase alba. Nenhuma delas mostra escamas furfuráceas ou fluorescência sob a lâmpada de Wood. Outro diagnóstico diferencial que não deve ser esquecido é a hanseníase em sua forma indeterminada, principalmente se localizada na face, na qual a alteração de sensibilidade pode não estar presente numa fase inicial.

Esta micose responde bem ao tratamento, que pode ser feito com medicamentos de uso local (sabonetes, xampus, loções, sprays ou cremes) com sulfeto de selênio ou via oral (comprimidos) com cetoconazol, fluconazol, itraconazol ou terbinafina. Devido a ser causada por um fungo que habita normalmente a pele, é possível a micose voltar a aparecer, mesmo após um tratamento bem sucedido. A Pitiríase versicolor pode ocorrer de forma recidivante, voltando a crescer logo após o tratamento. Estes casos exigem cuidados especiais para a prevenção do retorno da doença, cuja orientação deve ser dada pelo médico dermatologista.

FONTE:
OLIVEIRA, Josenildo Rodrigues de; MAZOCCO, Viviane Tom  and  STEINER, Denise. Pitiríase Versicolor. An. Bras. Dermatol.[online]. 2002, vol.77, n.5 [cited  2013-04-03], pp. 611-618 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962002000500012&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1806-4841.  http://dx.doi.org/10.1590/S0365-05962002000500012.

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