A poliomielite é uma doença infectocontagiosa, altamente transmissível, mais conhecida por “paralisia infantil” ou “pólio”, que infecta crianças e adultos e pode causar paralisia muscular. O agente etiológico responsável pela doença é um vírus, chamado Poliovírus, do gênero Enterovírus, que apresenta três sorotipos I, II e III e um período de incubação de sete a doze dias, porém, pode variar entre três a trinta dias. O homem é o reservatório desse vírus.
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Sintomas
Apesar de a doença ser muito conhecida por causar paralisia, os casos de paralisia são baixos, estima-se que apenas 1% daqueles infectados desenvolvem a forma paralítica da doença. A grande maioria dos casos é assintomática ou exibem apenas sintomas leves e semelhantes a outras doenças virais comuns como gripe, e são eles dor de cabeça, dor de garganta, febre, coriza e náuseas. Esses casos são mais comuns em crianças muito pequenas, já quando a infecção ocorre em adolescentes ou adultos, a forma paralítica da doença ocorre com mais frequência.
Transmissão
A entrada do Poliovírus ocorre pela boca e o vírus se instala no intestino. A transmissão ocorre pelo contato direto pessoa-pessoa, pelas vias fecal-oral ou oral-oral, através de gotículas expelidas ou pela ingestão de água e alimentos contaminados com fezes contendo o vírus. Como a infecção é iniciada por ingerir o vírus, ele começa se replicar na garganta e no intestino, por isso ocorrem os sintomas de dor de garganta e náuseas. Depois, o vírus invade as tonsilas (amígdalas), os linfonodos do pescoço e o intestino delgado. Uma vez nos linfonodos, o vírus penetra na corrente sanguínea, causando a viremia.
Na maioria dos casos a viremia é transitória e não gera uma infecção persistente, porém, se a viremia se torna persistente o vírus penetra no sistema nervoso central (SNC) e uma vez no SNC, ele se multiplica dentro das células nervosas, que acabam morrendo e ocorre a paralisia. A principal complicação da doença são as sequelas ocasionadas pela paralisia, que se manifestam principalmente nos membros inferiores e pode progredir para óbito por insuficiência respiratória.
Tratamento e prevenção
Como foi dito anteriormente, o vírus se encontra em fezes contaminadas, então a transmissão está associada a condições de saneamento básico e higiene. É importante cuidados básicos como lavar as mãos e alimentos. Não existe um tratamento para a pólio, porem existe a vacinação, como forma de prevenção da doença. A preocupação com o saneamento básico e práticas de higiene também são medidas de prevenção para evitar a transmissão do vírus. O número de casos na grande maioria dos países diminuiu ao ponto de considerar a doença praticamente erradicada, porem em locais menos desenvolvidos como a África a doença ainda está ativa.
Existem duas vacinas disponíveis para imunizar a população, sendo elas a Salk, desenvolvida em 1954, que utiliza o vírus morto ou inativado e é aplicada via intramuscular e a Sabin, introduzida em 1963, com vírus vivo atenuado, mas, tirando alguns casos raros, esse vírus não é mais capaz de produzir a doença, aplicada via oral. Ambas as vacinas contêm os três sorotipos do vírus e são consideradas eficazes na prevenção da doença.
A campanha de vacinação tem por objetivo imunizar crianças a partir de seis meses de idade a menores de cinco anos. Existe um risco mínimo de umas das linhagens atenuadas do vírus reverter sua virulência e transmitir a doença. Por esta razão, a recomendação agora é usar apenas a vacina Salk na imunização de rotina e utilizar a Sabin apenas em casos de disseminação de surtos, para proteger crianças que estejam viajando para áreas de risco ou para crianças que não receberam as doses no tempo devido.
Referências:
TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. -8. ed.-Porto Alegre: Artmed, 2005.
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/poliomielite-sintomas-transmissao-e-prevencao.
http://www.cedipi.com.br/blog/vacina-poliomielite.